Ela não é nova e tem mais de 150 anos de registros. Seu nome Cancrum Oris é derivado do grego, que significa, literalmente, “devorar”.
Suas vítimas principais são crianças entre 2 e 10 anos, mas também pode atingir adultos, especialmente os imunossuprimidos.
As crianças atingidas que sobreviverem irão ter dificuldades na fala, mastigação e carregarão o estigma das marcas deixadas pela Noma — outro nome que a doença recebe.
Ela é vista em países subdesenvolvidos, especialmente nas áreas mais pobres do continente africano, além de partes da Ásia e alguns países da América Latina. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 100.000 pessoas são afetadas por ano.
Algumas culturas não tratam a doença, já que ela é considerada um tabu. Isso resulta em uma barreira para a detecção da enfermidade e para o início do tratamento adequado.
A doença é uma inflamação gangrenosa aguda dos tecidos orais e faciais e atinge mais frequentemente pacientes gravemente desnutridos.
Primeiramente, ela surge como uma úlcera dolorosa na gengiva e evolui posteriormente para uma necrose do tecido bucal, chegando a atingir os dentes e os ossos. O tratamento é feito com doses altas de um antibiótico extremamente popular e barato: a penicilina.
Estudos mostram que o aparecimento não surge apenas por um único agente causador, como uma bactéria específica, mas o gatilho vem de uma explosão microbiana, através de uma flora altamente perturbada e alterada, que inclui também falta de higiene bucal.
Infelizmente, a fome faz com que a doença evolua para patamares de gravidade, já que o corpo desnutrido não consegue lutar e tem péssimo sistema imune.
Além da desnutrição, fatores como saneamento básico ineficiente, água impura e ocorrência recente de outra doença debilitante são geralmente encontrados nas pessoas que desenvolvem Noma.
A doença possui uma alta taxa de mortalidade. Estima-se que de 80% a 90% das pessoas afetadas não conseguem sobreviver. Porém, a evolução pode ser freada com antibióticos simples somado a uma melhor nutrição alimentar.
Entretanto, os danos causados pela necrose e pelas úlceras são permanentes, sendo necessária cirurgia plástica para reparar o rosto dos pacientes — algo também complicado em países pobres.
Geralmente, crianças são “marcadas” socialmente, humilhadas e hostilizadas nas comunidades pela mutilação da face, fato que faz com que muitas sejam criadas escondidas em aldeias remotas. Algumas imagens são tão fortes que decidimos não publicá-las.
Fonte(s): News Medical / Outbreak News Today Imagens: Divulgação
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