Internacional Crise na Ucrânia
Chefe da ONU alerta que o mundo enfrenta "momento de perigo" devido à crise na Ucrânia
Para Guterres, decisão da Rússia de reconhecer independência de regiões na país vizinho é incompatível com Carta das Nações Unidas
23/02/2022 11h44 Atualizada há 3 anos
Por: Informativo Plácido Fonte: R7
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, discursa durante reunião da Assembleia Geral / CARLO ALLEGRI/REUTERS - 23.02.2022

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse nesta quarta-feira (23), na abertura da Assembleia Geral da organização, que o mundo está enfrentando "um momento de perigo" com a crise na Ucrânia.

Para Guterres, aliás, "a decisão da Rússia de reconhecer a chamada 'independência' das regiões de Donetsk e Lugansk - e ações subsequentes - são violações da integridade territorial e da soberania da Ucrânia e são incompatíveis com os princípios da Carta da ONU".

Um dia depois de o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na segunda-feira (21), declarar-se favorável à independência das  repúblicas de Donetsk e Lugansk, o  ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, disse que os países ocidentais deveriam intensificar o envio de armas para seu país, para ajudá-lo a resistir a uma invasão por parte da Rússia.

Sanções

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Para o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, as últimas decisões de Putin significam "o início de uma invasão", mas ele afirmou que ainda "é possível evitar o pior".

Na terça-feira (22), países ocidentais aprovaram as primeiras sanções após o reconhecimento da independência dos separatistas. O conflito entre os insurgentes e as autoridades ucranianas já dura oito anos e provocou mais de 14 mil mortes.

A medida mais contundente foi a decisão da Alemanha de suspender a autorização do gigantesco gasoduto Nord Stream II, que transportará gás russo ao país europeu.

O governo dos Estados Unidos reagiu com uma "primeira série" de sanções que pretendem impedir que Moscou obtenha fundos ocidentais para pagar sua dívida.

União Europeia, Japão, Austrália, Canadá e Reino Unido também divulgaram sanções. As medidas punitivas são direcionadas principalmente contra bancos russos e alguns deputados. No momento, as sanções são cautelosas e menores que as anunciadas em caso de invasão.

A ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss, declarou que considera "muito provável" que Putin decida invadir a Ucrânia.

Mas o calendário parece ser estabelecido por Putin, que mantém a comunidade internacional em suspense ao cercar de mistério suas intenções: invadir a Ucrânia, ampliar a área sob o controle dos separatistas ou negociar um novo status quo na região.

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