Os casos em que o roubo do celular leva a prejuízos financeiros que vão além do valor do aparelho estão cada vez mais comuns. Os criminosos aproveitam os aplicativos bancários para fazer transferências via Pix, comprar pela internet e até contratar empréstimos. Especialistas no assunto listam dicas importantes para diminuir os riscos e dificultar as ações dos ladrões.
1. Evite usar SMS como forma de recuperação da senha
Muitas vezes, a pessoa que roubou o celular abre o aplicativo bancário e realiza um processo de “recuperação da senha”. A partir disso, ela pode receber um e-mail ou SMS com código para completar o processo.
Guilherme Alves e Manu Halfeld, especialistas da Safernet Brasil explicam que, com a posse do aparelho, o ladrão consegue acesso às informações de recuperação e redefine a senha de utilização. A orientação nesse caso é usar um e-mail que não esteja registrado no aparelho para o procedimento
2. Exclua aplicativos e arquivos desnecessários.
Os especialistas também indicam fazer uma faxina periódica no seu telefone, excluindo aplicativos e arquivos desnecessários. “Nunca salve em aplicativos de notas informações como senhas e número de cartão de crédito, e evite deixar disponível no telefone fotos ou vídeos íntimos”, afirmam.
Maria Cunha/R7
No caso de aplicativos financeiros, a recomendação é deixar no celular apenas o que for essencial no dia a dia. Além disso, é importante configurar os limites de transferência bancária para valores baixos. Esse procedimento pode ser feito pelo próprio aplicativo ou com a ajuda do gerente.
Outra opção é optar por configurar os aplicativos financeiros em um telefone antigo que esteja em casa ou que seja pouco usado.
3. Coloque senha no chip da operadora ou tenha um e-SIM
Segundo os especialistas, é comum que os ladrões retirem o chip do celular e o coloquem em outro aparelho desbloqueado, para poder solicitar os mecanismos de recuperação de senha. “Uma forma de impedir que isso aconteça é utilizar uma senha no chip do celular, que passa a ser exigido toda vez que o aparelho for reiniciado ou ligado”, explicam. Assim, caso a senha incorreta seja inserida várias vezes pelo invasor, o chip é bloqueado.
Para realizar a medida de proteção no Android, acesse Configurações > Segurança > Bloqueio do cartão SIM. Para ativar a senha, será exigido o PIN padrão do seu chip, que pode ser encontrado no cartão que a operadora entrega junto ao chip no momento da aquisição. O PIN padrão deve ser alterado para uma senha da sua escolha.
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No iPhone, acesse Ajustes > Celular > Pin do SIM. Insira o PIN Padrão e realize aredefinição do PIN. Para saber o PIN Padrão da sua Operadora, verifique o cartão que vem junto com o chip ou entre em contato com a operadora.
Já o e-SIM é um chip virtual, ou seja, não é necessário inserir no aparelho e portanto não pode ser retirado. Alguns telefones, como iPhones mais recentes,possuem essa tecnologia, que pode ser ativada junto à operadora e que facilita o bloqueio do número de telefone em caso de roubos e furtos.
4. Saiba qual é seu código IMEI
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O IMEI é um registro de identificação próprio do aparelho telefônico, uma espécie de documento de identidade único de cada celular. Ele normalmente vem registrado na caixa do aparelho, em um adesivo branco.
Montagem R7
O IMEI também pode ser obtido, tanto em aparelhos Android ou iOS, discando*#06#. Outra forma de descobrir o código é clicando na Seção “Sobre o telefone”, dentro das Configurações.
A recomendação é que o IMEI seja anotado de forma preventiva, pois em caso de furto ou roubo, ele pode ser utilizado para entrar em contato com a operadora e solicitar o bloqueio do uso do telefone para ligações ou acesso a redes 3G/4G — embora ainda seja possível usar a internet por Wi-Fi.
5. Crie uma senha difícil para desbloqueio do seu telefone
A sugestão é optar sempre que possível por senhas difíceis e diferentes para suas redes sociais e aplicativos, preferindo uma senha alfanumérica, que misture letras e números. Para salvar essas senhas, opte por um gerenciador de senha, preferindo os aplicativos dedicados, como 1Password e Lastpass, e evitando salvar diretamente no navegador.
Também deve-se evitar usar o desbloqueio por padrão de tela. Se o celular tiver um sensor biométrico, ele pode ser usado para facilitar no dia a dia. Evite usar o reconhecimento de face, a não ser que seu telefone tenha um sensor específico, como é o caso dos iPhones.
Outra dica é configurar o tempo de bloqueio automático da tela para o mínimo possível. Isso pode se ajustado nas configurações do próprio celular.
6. Impeça que seja possível desligar o Wi-Fi ou o 3G do celular
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Os especialistas da SaferNet Brasil explicam que, ao fazer isso, você impede o controle de acesso ao Wi-Fi e às redes móveis quando o celular estiver bloqueado, o que pode auxiliar o uso de ferramentas de rastreamento do dispositivo, que dependem do acesso à Internet.
No Android, acesse Configurações > Tela de Bloqueio > Configurações da Tela deBloqueio > Insira sua senha > Ative a opção “Bloquear Rede de Segurança”.Esse caminho pode variar de acordo com o fabricante.
No iPhone, acesse Ajustes > Touch/Face ID e Código e role a tela para baixo até a opção “Permitir acesso quando bloqueado”. Desmarque a opção “Central de Controle”. Caso não encontre a opção, verifique com o fabricante do celular se essa configuração está disponível no celular.
7. Baixe aplicativos de verificação de segurança
Montagem R7
A verificação em duas etapas é uma maneira eficaz de proteger o acesso indevido a informações, já que cria uma dupla camada de proteção, solicitando código ou senha para acesso à conta.
Guilherme e Manu indicam aplicativos como o Authy, que é gratuito e possui controle de senha para acesso. “É possível, ainda, manter acesso ao sistema de autenticação em um dispositivo confiável, como um computador pessoal, o que te permitirá maior controle de suas contas mesmo que seu aparelho telefone tenha sido furtado ou roubado”, completam.
Ao configurar a verificação em duas etapas em suas contas, códigos de backup único serão enviados para que seja possível acessar os apps. Eles devem ser guardados de forma segura e fora do celular, pois poderão ser usados em caso de perda do aparelho para obter novamente acesso às contas.
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