A história moderna da caça às baleias se baseia em dois pontos que a humanidade conhece bem: ganância e excesso. Quando a espécie mais lucrativa foi caçada a tal ponto de se tornar escassa, a próxima entrava na lista, depois a outra e assim por diante. Foi dessa forma que caçamos baleias-azuis, baleias-fin, baleias-sei e baleias-de-minke até não podermos mais.
Como por muitas décadas nada foi feito para proteger esses animais, especialistas ambientais costumam dizer que a pesca baleeira seria mais como mineração sem fiscalização do que uma pesca sustentável.
Baleia-jubarte no mar de Cortez, México. (Fonte: Gettyimages)
O homem primitivo começou a caçar baleias unicamente por necessidade, especialmente nas zonas mais geladas do planeta: a carne e a gordura desses animais conseguiam atender às questões básicas de sobrevivência. Foi assim que a carne de baleia passou a estar presente nas principais refeições de indígenas da Groenlândia, por exemplo.
Esses grupos usavam praticamente tudo de uma baleia: a gordura garantia energia e vitaminas ao corpo, bem como combustível para iluminação. A carne é rica em proteína, ferro e niacina. Os ossos podiam ser usados para construção de ferramentas e trenós.
As baleias integram o grupo de cetáceos com mais de 90 espécies conhecidas. Nem todas estão ameaçadas de extinção, mas, no contexto geral, os cetáceos enfrentam duras ameaças às suas espécies, levando algumas delas à beira do desaparecimento total.
Até a virada do século, as baleias foram caçadas por tudo o que podiam oferecer de forma exaustiva. Somente na década atual é que parte das populações ameaçadas começaram a se recuperar. No entanto, isso não é o bastante.
(Fonte: Gettyimages)
Como era de se esperar, chegou o tempo em que as coisas saíram do “modo sobrevivência” e chegaram às práticas comerciais: quanto mais as pessoas precisassem da gordura e da carne das baleias, mais dinheiro os caçadores ganhavam. E quanto mais dinheiro os baleeiros embolsavam, mais caçavam. Não demorou muito para que isso se tornasse um negócio lucrativo para muitos países.
Aqui, cabe destacar o povo basco. Esse grupo étnico, com raízes na região sudoeste da França e noroeste da Espanha, deu início à primeira operação comercial oficial de caça às baleias. Isso aconteceu por volta do ano 1000. Os principais alvos eram as baleias-franca.
Outros países viram que a prática era lucrativa e desenvolveram seus próprios modelos de caça de baleia. Os ingleses começaram a perseguir as baleias-da-groenlândia em 1611, nos arredores das colônias norte-americanas. O Japão iniciou seu projeto de caça comercial em 1675. Já os estadunidenses começaram a investir pesado na prática em 1712.
Boa parte dos baleeiros comerciais preferiam caçar cachalotes, já que eram mais fáceis de pegar e carregavam muito óleo. Outras espécies, como as baleias-sei, as baleias-fin e as baleias-azuis eram um problema, pois além de grandes, nadavam mais rápido que os navios.
Então, em 1863, o baleeiro norueguês, Svend Foyn, apresentou ao mundo o Spes et Fides,
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