Uma das cenas mais famosas na cultura ocidental é o momento em que Jesus Cristo, segundo a crença cristã, foi crucificado. Essa história já foi contada na Bíblia, mas também foi exibida em inúmeras igrejas, museus, esculturas, ilustrações e joias.
Mas o que pode ter ocorrido de fato nesse momento? Neste texto, compartilhamos o que as evidências históricas nos contam.
A história pregressa de Jesus Cristo
Certos detalhes da crucificação de Jesus Cristo estão registrados apenas na Bíblia, sendo difícil encontrar esclarecimentos em outras fontes. Mas os fatos mais consensuais sobre este personagem é que provavelmente ele não nasceu no dia 25 de dezembro, e que seu nome pode ter sido Yeshua.
Ao se tornar adulto, de acordo com os Evangelhos, Jesus se tornou um pregador viajante, e passou a circular com seus seguidores. Segundo a Enciclopédia Britânica, o nome Cristo viria do grego christos, que é uma tradução da palavra hebraica para "messias", que significa "ungido".
Sua postura fez com que líderes religiosos judeus se revoltassem contra o seu poder crescente, e passarem a desejar a sua morte. Por volta de 30 ou 33 d.C., Jesus foi preso pelos romanos depois que um discípulo, Judas Iscariotes, fez um acordo para entregá-lo ao governo romano por 30 moedas de prata. A traição de Judas finalmente o levou para a crucificação.
Os últimos momentos de Jesus
Depois de ser preso, Jesus foi julgado pela acusação de se afirmar como "Rei dos Judeus", o que era punível com a crucificação. Ele teria sido levado até o governador romano Pôncio Pilatos, que cedeu à pressão pública e permitiu que ele fosse condenado.
No dia da crucificação, Jesus estaria vestido com um manto roxo, que é a cor da realeza, e teria sido forçado a usar uma coroa de espinhos enquanto era xingado por seus algozes. Ele foi obrigado a carregar a cruz até o monte Calvário, onde foi colocado ao lado de dois criminosos.
Em seguida, ele foi despido e pendurado na cruz. As escrituras afirmam que os pregos foram fixados no seu pulso e não nas mãos. Jesus então teria dito: "Pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem".
Foi deixado então ali para morrer, o que teria levado cerca de seis horas. Em seu último suspiro, Jesus teria dito em voz alta: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". Nesse momento, o céu estava escuro. Ao morrer, segundo contam os Evangelhos, a terra começou a tremer, as rochas se partiram, os túmulos se abriram e a cortina do templo rasgou-se no meio.
Segundo relata o site History UK, é possível que tenha ocorrido um abalo sísmico bem na época da crucificação de Jesus. Além disso, há algumas conjecturas sobre a causa da morte de Jesus. Especialistas sugerem que ele pode morrido de uma embolia pulmonar ou de ruptura cardíaca. Há uma teoria ainda que afirma que, ao carregar a cruz, ele pode ter sofrido uma luxação no ombro que causou uma hemorragia fatal.
A crucificação, aliás, era um método de assassinato relativamente comum nessa época. Criada pelos assírios, a prática foi depois adotada na Pérsia e levada aos romanos a partir de Alexandre, o Grande. Os romanos se tornaram grandes praticantes do método, que era usado para repreender os rebeldes e ativistas. A morte de Jesus, portanto, seria apenas mais uma, mas a diferença crucial é o que teria ocorrido depois: sua ressurreição.
Dias depois da sua morte, Maria e Maria Madalena foram ao seu túmulo e encontraram um anjo, que disse que ele não estava ali, pois havia ressuscitado. A notícia se espalhou, e muita gente passou então a acreditar que ele era o messias.
A iconografia da crucificação
Inicialmente, as imagens de Jesus morrendo na cruz foram consideradas horríveis, e não foram muito usadas na iconografia cristão. Foi por volta de 400 d.C., com o imperador romano Constantino, que era cristão, que a cruz foi assumida como um grande símbolo do seu triunfo sobre a morte, aparecendo com mais frequência na arte.
Até hoje, a imagem de Jesus na cruz está entre as mais comuns entre os 2,18 bilhões cristãos que existem no mundo.