Nos últimos dias, o anúncio da separação de casais famosos movimentou as redes sociais e, naturalmente, muitas perguntas envolvendo o curso dos relacionamentos foram alvo de debate. Inclusive, uma delas pode ser a sua dúvida: o que faz um relacionamento durar, no final das contas? Graças a um grupo de estudiosos, teremos uma ajuda na hora de formular nossa própria resposta.
Isso porque pesquisadores se debruçaram na tarefa de descobrir o que a realidade dos casais mostra ser essencial dentro de um relacionamento bem-sucedido. Por meio da revisão de estudos realizados ao longo do último século, combinada à adição de dados atuais, eles conduziram uma meta-análise a partir de dados de 80 mil casais residentes no Reino Unido.
Para tanto, 133 características foram consideradas. Curiosamente, a semelhança entre elas foi o que predominou: segundo o estudo publicado na Nature Human Behaviour, mais de 80% dessas características eram semelhantes entre os casais, derrubando a ideia de que os opostos se atraem. Confira, abaixo, quais foram os elementos que mais se destacaram:
A religião é apontada como um elemento que une as pessoas, e mais do que isso, também é tida como um fator comum entre casais que permaneceram juntos. O mesmo vale para a visão política, ou seja: ter pontos de vistas semelhantes parece ser um ingrediente essencial dentro dos relacionamentos duradouros.
Em uma escala de 0 a 1, onde 1 representa uma característica que sempre prevalece nos casais, a correlação para valores políticos foi de 0,58.
E o que aparece a seguir? Beleza, charme, humor? Nada disso, segundo o estudo, os níveis educacionais apresentaram correlações elevadas. Ou seja, não é de se estranhar que muitas pessoas tendem a se relacionar com quem possui formação semelhante.
O índice de QI, por sua vez, apareceu com prevalência considerável, contrariando a ideia de que nos apaixonamos aleatoriamente.
O estudo considerou o uso de diferentes tipos de substâncias, passando por bebidas alcoólicas e cigarro. A conclusão é que as pessoas, na maioria das vezes, ficam ao lado de alguém que tenha o mesmo tipo de hábito de consumo.
Mesmo entre os que não consomem bebidas isso foi observado. Se levarmos em consideração que esse tópico se relaciona com a forma como usufruímos do nosso tempo livre, faz sentido.
Vale destacar que aspectos que dizem respeito à saúde, e mesmo a outros traços de personalidade, também aparecem com menores níveis de correlação, mas mesmo assim, estão associados a um efeito positivo.
Da mesma forma, dentre as características físicas, peso e altura similares estão entre os elementos que aparecem com menor prevalência, mas sem impacto negativo.
A idade aproximada também aparece como uma das características de elevada prevalência entre os casais. E agora vem a pergunta: isso seria reflexo da busca por alguém que tenha vivenciado experiências similares? Provavelmente.
Talvez o que o estudo apontou não cause tanta surpresa assim, mas como sabemos que não existe uma fórmula mágica para um relacionamento durar, esses resultados podem oferecer um novo ponto de vista acerca das características que são encontradas num parceiro, e mesmo da forma como lidamos com elas.
Agora, quanto ao velho debate envolvendo introspecção e extroversão, não há qualquer indício que as pessoas permanecem com alguém parecido nesse quesito, ou seja: as semelhanças predominam, mas nada impede que pessoas com padrões comportamentais distintos fiquem bem juntas.