Colunas Memórias
Plácido de Castro: Uma cidade de histórias e transformações
Um olhar pessoal sobre a cidade em transformação
13/07/2024 23h29
Por: Paulo Roberto

Plácido de Castro: Uma cidade de histórias e transformações

 

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Com grande prazer compartilho um pouco da rica história de Plácido de Castro, nossa querida cidade, a partir da minha perspectiva como morador e testemunha de parte de sua trajetória.

 

Naqueles anos 80, as festas aconteciam nas casas das famílias, com casais dançando agarradinhos ao som de Elton John e Stevie Wonder, ou se embalando com Pinduca e Carlos Santos. Domingo era dia de açude, pelada na areia e peixe assado na praia do rio Acre. Era um tempo bom, onde a simplicidade reinava e a alegria era garantida.

O rádio local era a alegria da gente, com recadinhos, avisos e parabéns pros aniversariantes. Tinha até mensagem inusitada, pra dar um toque especial na programação. Em Plácido de Castro, a rádio era improvisada num boteco, com locutor, e alto-falante no poste, levando música e informação pra todo mundo, a chamada rádio cipó. Aliás, essa cidade é mesmo abençoada e engraçada, com cada história... Bairros com dois nomes, como o Conjunto Frei Peregrino, que também chamam de Mutirão I, e o bairro Cageacre, que leva o nome do prédio que fica lá, assim como muitas referências peculiares. Até o ramal Olímpio Alves atende por Ramal dos Inocentes.

E por falar em comunicação, os Correios também tiveram sua jornada por Plácido. Começaram na Rua Cel. Fontenele de Castro, depois da Casinha do Saber, num prédio que até hoje está lá, desativado. Depois, foram pra Avenida Diamantino Augusto de Macedo, de frente pra Oi, onde estão até hoje.

A Câmara Municipal, essa eu conheço bem, viu? Trabalhei lá um tempinho. Começou num prédio em frente à escola Franklin Roosevelt, depois mudou para o prédio ao lado do antigo Banacre e agora tá instalada em frente ao quartel da Polícia Militar e Polícia Civil. Uma cidade de histórias maravilhosas.

Temos o José, que todo mundo só conhece e chama de Wanderley, um exímio piloto de popa capaz de navegar no Abunã de noite, sem uma luz pra guiar. Uma lenda viva! E essa cidade tá cheia de figuras lendárias, cada uma com sua história pra contar.

Antigamente, funcionava aqui o núcleo central de produção de alimentos, com grãos, rapadura, alfinim, mel, farinha e tudo mais que a cidade precisava. Quem comandava tudo era o senhor Cid, um mestre da vida e do conhecimento, que sabia tudo sobre plantar, colher e transformar a matéria-prima em alimento.

Luz elétrica? Funcionava durante o dia e boa parte da noite, quando a usina desligava e a gente dormia no calor, com as muriçocas e carapanãs fazendo a festa. Só quem tinha mosquiteiro escapava. Do outro lado do rio Abunã, a vila boliviana de Montevideo era mais moderna. Tinha de tudo, do Artimatic ao Sete Bruxas, gravador com luzinha piscante e som potente. A gente atravessava o rio de catraia, pra ver as novidades e fazer umas comprinhas.

No centro da Plácido, o chapéu de palha do Mota e da dona Cici era ponto de encontro, com música boa e animação. Lá embaixo, o clube Guarany bombava com os bailes do seu Neguinho Sanfoneiro. E a tecnologia foi chegando aos poucos, com as festas do clube Fronteira, o forró do seu Mário e os eventos da Associação do João do Brejo. Hoje, o bairro escolinha, que também chamam de Vila Raimundinho, tem até uma enorme escola moderna, sinal dos tempos que mudam.

E as mudanças não param por aí. O fórum local tá passando por uma reforma daquelas, pra ficar moderno e atender melhor a população. Enquanto isso, os serviços tão funcionando nos anexos atrás do prédio. O Ministério Público já tem sede nova e moderna, e a Defensoria Pública também vai ganhar a sua em breve. É a cidade se modernizando e se adaptando às necessidades da população, buscando sempre oferecer serviços de qualidade e facilitar a vida da gente.

Plácido tá moderno, com internet e energia solar. A vila boliviana virou Vila Evo Morales, depois de um incêndio, e agora oferece o curso de Medicina que atrai gente do Brasil inteiro. Os estudantes de Plácido de Castro se organizaram em associação, e a cidade tá cheia de gente formada, buscando oportunidades e ajudando a construir um futuro melhor.

Plácido de Castro, a cidade que cresceu com a força do povo, que se adaptou aos desafios e que hoje se transforma, com um olhar no futuro e os pés firmes na sua história e cultura. Uma cidade abençoada, engraçada e cheia de peculiaridades, com figuras lendárias e histórias arrepiantes, que a gente guarda com carinho na memória. Uma cidade que se moderniza, que se transforma, mas que nunca perde sua essência e seu jeito acolhedor de ser.

 

Paulo Roberto de A. Pereira (servidor público)

 

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