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Melanoma: tipo de câncer de pele mais perigoso é também mais comum entre mulheres mais jovens
Tumor responde por cerca de 5% dos casos, mas pela maioria das mortes relacionadas à neoplasia maligna
08/12/2024 08h09
Por: Informativo Plácido Fonte: Marie Claire
Ter pele e cabelo claro e se expor ao sol elevam o risco de câncer — Foto: Pexels

Com a elevação das temperaturas começam as campanhas de alerta sobre os riscos da exposição solar. Há 11 anos, o Dezembro Laranja reforça a importância da conscientização contra o câncer de pele. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), esse tumor responde por 33% de todos os diagnósticos de câncer no país. Para o triênio 2023-2025, são esperados 220 mil novos casos da doença, sendo a maioria (118 mil) em mulheres.

No entanto, existe um tipo de tumor de pele bem menos incidente, porém mais perigoso. Trata-se do melanoma. Ele responde por cerca de 4% dos casos, mas pela maioria das mortes relacionadas à neoplasia maligna.

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Embora na estatística total o número de homens atingidos seja um pouco maior do que o de mulheres, a doença é mais comum nelas no recorte entre as pessoas mais jovens. Segundo Associação Americana do Câncer, o melanoma é um dos tumores mais comuns em indivíduos abaixo de 30 anos, especialmente no sexo feminino.

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“Talvez as mulheres procurem mais atendimento e recebam mais diagnóstico, mas também tem a questão da roupa. As mulheres usam mais saia e bermuda e, por isso, estão mais expostas ao sol”, afirma a dermatologista Thais Buffo, assessora do departamento de Oncologia Cutânea da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Fatores de risco para melanoma

Os fatores de risco para a doença são:

- Exposição prolongada e repetida ao sol, principalmente na infância e adolescência;
- Exposição a câmaras de bronzeamento artificial;
- Ter pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino;
- Presença de múltiplas pintas pelo corpo;
- Histórico familiar ou pessoal de câncer de pele;
- Ser imunossuprimida;
- Exposição aos vírus Epstein-Barr e HIV-1;
- Exposição a agrotóxicos e solventes.

Para Buffo, o bronzeamento artificial merece uma atenção especial nessa lista, por se tratar de um fator controlável. “Dez sessões já aumentam em 70% o risco de melanoma”, afirma ela. Embora o procedimento seja proibido no Brasil desde 2009, clínicas que oferecem o serviço são facilmente encontradas na internet.

Além disso, embora a gente não possa voltar no tempo e retirar as horas que se expôs ao sol, é possível evitar a prática daqui para a frente. A recomendação médica é se esconder do sol entre as 10h e as 15h, quando os raios solares são mais intensos.

Mesmo em outros períodos do dia, recomenda-se procurar lugares com sombra, usar proteção adequada, como roupas e chapéus de abas largas e óculos escuros com proteção UV. Antes de se expor ao sol, é preciso espalhar na pele protetor solar com fator de proteção 15, no mínimo, e usar filtro solar próprio para os lábios.

Sinais e sintomas do tumor

O melanoma pode se manifestar a partir da pele normal ou de uma lesão pigmentada. De acordo com o Inca, “a manifestação da doença na pele normal se dá após o aparecimento de uma pinta escura de bordas irregulares acompanhada de coceira e descamação”.

“A lesão clássica é pigmentada e pode ter vários tons: cinzenta, acastanhada ou preta. Uma das características é apresentar cores diferentes, crescer rapidamente e sangrar.” — Thais Buffo, dermatologista

Segundo a médica, 30% dos casos aparecem a partir de pintas que a pessoa já tem. A orientação é observar se esses sinais mudam de cor, formato ou tamanho. Na maioria das vezes, no entanto, a lesão já surge com as características típicas.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do melanoma é feito pelo dermatologista, em consultório, com a ajuda do dermatoscópio, um instrumento que amplia e ilumina a lesão. A confirmação ocorre pela biópsia do material coletado.

A doença pode aparecer em qualquer parte do corpo, como nas áreas mais expostas ao sol — a exemplo de rosto e braços —, mas ele também se manifesta em regiões protegidas dos raios ultravioletas, como plantas dos pés.

O tratamento, que depende do estadiamento da doença, reúne a retirada da lesão por cirurgia, imunoterapia, radioterapia e terapia-alvo. De acordo com Buffo, se o tumor for diagnosticado em estágio inicial, a cirurgia pode ser suficiente para curá-lo. “O importante é a pessoa procurar ajuda médica o mais rapidamente possível”, afirma a dermatologista.