Ciência Universo
O que é a Quipu, a maior coisa que existe no Universo?
Cientistas descobrem superestrutura colossal com mais de 1,3 bilhão de anos-luz de comprimento
09/02/2025 10h30
Por: Redação Fonte: R7
Imagem mostra cinco superestruturas recém-descobertas; Quipu está em vermelho | Bohringer et al. 2025

Astrônomos descobriram a maior coisa conhecida do Universo: uma gigantesca superestrutura batizada de Quipu, em referência ao antigo sistema de medição inca. Com mais de 1,3 bilhão de anos-luz de comprimento e uma massa estimada em 200 quatrilhões de vezes a do Sol, essa colossal formação tem desafiado a compreensão humana sobre o cosmos.

Uma pesquisa liderada pela Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, e publicada no periódico Astronomy and Astrophysics na última semana revelou que a Quipu é composta por uma vasta rede de aglomerados de galáxias interligados.

O nome da descoberta não foi escolhido à toa: assim como os quipus incas, que utilizavam cordas e nós para registrar informações, essa superestrutura se assemelha a um gigantesco fio de matéria tecendo o universo.

Os cientistas explicam que a Quipu não é apenas impressionante em tamanho. Ela também tem um papel crucial na forma como percebemos o cosmos.

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Essas megaestruturas podem distorcer a luz de galáxias distantes por meio do efeito de lente gravitacional, influenciar as medições da constante de Hubble -- que determina a taxa de expansão do universo -- e modificar o fundo cósmico de microondas, a radiação remanescente do Big Bang.

Como a Quipu foi descoberta?

Para identificar a Quipu, os astrônomos utilizaram dados de aglomerados de galáxias que emitem raios X, registrados em pesquisas anteriores. Essa metodologia permitiu mapear a distribuição da matéria em grande escala e detectar as colossais superestruturas.

Os pesquisadores também descobriram outras quatro estruturas gigantescas, que, juntas, contêm cerca de 45% dos aglomerados de galáxias e 30% das galáxias conhecidas, ocupando cerca de 13% do volume total do universo observável.

A existência da Quipu e de suas superestruturas irmãs está alinhada com as previsões do modelo cosmológico padrão, o Lambda-CDM, que descreve a evolução do universo desde o Big Bang.

Agora, os cientistas pretendem continuar investigando o impacto dessas superestruturas na evolução das galáxias e na precisão das medições cosmológicas. A descoberta da Quipu não apenas amplia os horizontes da astronomia, mas também reforça a complexidade e grandiosidade do nosso universo.