O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou nesta segunda-feira (21) um decreto no qual reconhece as regiões separatistas pró-Rússia no território leste da Ucrânia. A atitude do mandatário russo legitima as repúblicas autoproclamadas de Donetsk e Lugansk, apesar da opinião contrária da comunidade internacional.
"Considero necessário tomar esta decisão, que amadureceu há muito tempo: reconhecer imediatamente a independência da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk", afirmou Putin em discurso, enquanto solicitava ao Parlamento russo a aprovação desta decisão.
Além de reconhecer as regiões separatistas, Putin também assinou um tratado de amizade e ajuda mútua com os grupos disruptivos e exigiu um cessar imediato das "operações militares" das forças militares ucranianas.
"Quanto àqueles que tomaram o poder em Kiev e o mantêm, exigimos que parem imediatamente as operações militares, caso contrário, toda a responsabilidade por mais derramamento de sangue recairá sobre a consciência do regime em território ucraniano."
Durante o pronunciamento, o presidente russo também citou os Estados Undios e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) afirmando que o país tomará medidas de segurança contra ambos, após a Casa Branca e aliança militar não atenderem as reivindicações de Putin sobre segurança na fronteira.
Antes de pronunciamento na TV, Putin comunicou o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente francês, Emmanuel Macron, sobre o reconhecimento dos territórios separatistas pró-Rússia.
A movimentação de Putin gerou descontentamento entre outros líderes mundiais. Em conversa telefônica, Scholz advertiu o presidente russo de que tal movimentação representaria uma "ruptura unilateral" dos acordos de Minsk, elaborados em 2015 junto à Ucrânia.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, chamou a ação de Putin de "violação flagrante de sobreania" da Ucrânia e do direito internacional. Representantes da União Europeia seguiram a mesma linha e afirmaram que o bloco reagirá com "firmeza e determinação em solidariedade à Ucrânia".
"O reconhecimento dos dois territórios separatistas na Ucrânia é uma flagrante violação do direito internacional, da integridade territorial da Ucrânia e dos acordos de Minsk. A União Europeia e seus parceiros reagirão com unidade, firmeza e determinação em solidariedade à Ucrânia", afirmaram o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen.