Enquanto a Qantas Airways se prepara para o lançamento em 2025 de seus voos de longa distância, a companhia aérea australiana divulgou uma prévia do que os passageiros do avião poderão experimentar nas viagens com duração recorde de 19 horas.
Nesta quinta-feira (23), a empresa revelou os protótipos de primeira classe e classe executiva para os 12 Airbus A350 que atenderão os voos diretos que conectam a Austrália a Nova York e Londres.
Dado o tempo que os passageiros passarão no ar, aumentar o conforto é uma prioridade para os designers do novo avião.
“A Qantas tem sido líder na abertura de novos voos de longo percurso durante a maior parte de nossa história e estamos trazendo tudo o que aprendemos, tanto tecnicamente quanto em termos de conforto do passageiro, para o voo do Project Sunrise”, disse o CEO do Grupo Qantas, Alan Joyce, em um comunicado à imprensa.
Além de trabalhar com designers e especialistas em aviação, a companhia aérea também contou com a ajuda de uma equipe de cientistas, incluindo pesquisadores do sono, do Centro Charles Perkins da Universidade de Sydney.
Os A350s do “Project Sunrise” acomodarão apenas 238 passageiros, uma queda acentuada em relação ao layout usual de mais de 300 assentos, para fornecer mais espaço para os passageiros.
O layout inclui seis assentos na primeira classe, 52 assentos na classe executiva, 40 assentos na econômica premium e 140 assentos na econômica.
“Acreditamos que nossas cabines A350 têm o design mais sofisticado e cuidadoso de qualquer companhia aérea, combinando tecnologia de ponta com pesquisa do sono para moldar a aparência do que é efetivamente uma nova era de viagens”, disse Joyce.
Cabines da primeira classe e classe executiva do “Project Sunrise”
Os assentos da cabine de primeira classe terão uma cama fixa extra larga, uma poltrona reclinável, um guarda-roupa completo, uma mesa de jantar dobrável – grande o suficiente para duas pessoas – e uma TV de alta definição, de 32 polegadas.
A companhia aérea diz que os clientes “se sentirão em um mini hotel boutique”.
As suítes da classe executiva terão cadeiras que podem ser reclinadas em uma cama de dois metros.
Eles também incluirão um pufe de couro acolchoado, um grande espelho, muito espaço de armazenamento e uma TV de tela sensível ao toque de alta definição.
Todas as suítes da classe executiva e primeira classe serão cercadas por paredes altos e terão uma porta de correr para maior privacidade. Elas também terão várias opções para carregar dispositivos pessoais, incluindo uma base de carregamento por indução sem fio.
“Começamos a projetar esta cabine de aeronave há cinco anos, trabalhando com a Airbus e a Qantas para maximizar o espaço, além de criar um programa de iluminação personalizado que influenciará o humor e os padrões do sono”, disse David Caon, designer da cabine, no comunicado.
“Todos os elementos de design e serviço trabalharão juntos para melhorar significativamente o conforto, a conveniência, a saúde e o bem-estar a bordo e ajudar a minimizar o antigo inimigo do jetlag.”
Os protótipos da classe econômica e econômica premium ainda não foram lançados, mas a companhia aérea diz que todos os passageiros terão acesso gratuito a Wi-Fi de alta velocidade e conectividade Bluetooth.
Isso significa que não terão mais cabos de fone de ouvido emaranhados, permitindo que você conecte seu fone de ouvido Bluetooth ao sistema de entretenimento a bordo.
Os aviões também contarão com uma “zona de bem-estar” para dar aos passageiros a chance de esticar as pernas e desfrutar de bebidas.
Voos mais longos do mundo
O nome “Project Sunrise” foi inspirado nos voos clandestinos da Segunda Guerra Mundial de Perth para o Sri Lanka a caminho de Londres.
Para se preparar para o lançamento do “Project Sunrise”, a Qantas realizou três viagens de pesquisa experimental em 2019.
Durante esses voos, os pilotos usaram monitores de ondas cerebrais e tiveram sua urina testada nas semanas anteriores e posteriores aos voos para rastrear os níveis de melatonina, um hormônio que controla o ciclo do sono.
Os passageiros da Qantas na cabine principal usavam dispositivos de monitoramento, permitindo que os cientistas estudassem como sua “saúde, bem-estar e relógio biológico” eram afetados por um conjunto de variáveis, incluindo iluminação, comida e bebida, movimento, padrões de sono e entretenimento a bordo.
Esses dados foram apresentados à Autoridade de Segurança da Aviação Civil da Austrália, que precisará aprovar as rotas com base na comprovação de que pilotos, tripulantes e passageiros podem suportar até 22 horas no ar sem interrupção.
Um dos voos de teste, o voo QF7879 – que a CNN experimentou em primeira mão – tornou-se o voo de passageiros mais longo do mundo por uma companhia aérea comercial, tanto em distância (17.800 quilômetros) quanto em duração no ar (19 horas e 19 minutos).
Fazendo jus ao nome do projeto, os passageiros realmente experimentaram dois amanheceres.