No último domingo (31), Ana Maria Braga falou abertamente sobre o câncer de ânus do qual recebeu o diagnóstico em 2001. Em sua declaração, a apresentadora contou que o tumor foi proveniente do HPV (papilomavírus humano) e defendeu que os pais e responsáveis levem seus filhos de 9 a 14 anos para se vacinarem contra o vírus.
“Eu tive câncer de ânus. Quando eu consegui descobrir o que eu tinha, ele já estava adiantado, e eu tinha uma chance mínima de sobrevivência. É muito assustador. Era proveniente do HPV“, declarou. “Eu teria tomado a vacina. Se eu soubesse que tinha uma vacina, teria evitado tudo isso”, completou, durante entrevista para o Fantástico.
O câncer de ânus se desenvolve na pele ao redor do ânus ou na região entre o ânus e o reto (canal anal). A doença é mais comum em mulheres, mas também pode afetar os homens. Porém, este é um tipo raro de tumor. De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), o câncer anal representa de 1% a 2% de todos os tumores colorretais.
Segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer, do SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade), do DataSUS, houve 1.101 mortes pelo câncer de ânus em 2021, sendo 598 delas mulheres.
O sintoma mais comum do câncer de ânus é o sangramento anal durante a evacuação, além de dor. Outros sinais na região anal também podem gerar alerta, como:
As causas exatas do câncer de ânus ainda não estão totalmente esclarecidas, mas alguns fatores de risco aumentam as chances de desenvolver o tumor, como:
O diagnóstico do câncer de ânus é feito através do exame de toque e, caso necessário, a anuscopia e a proctoscopia. Em seguida, é realizada uma biópsia da amostra do tecido. Outros exames de imagem, como a ressonância magnética, podem ser solicitados para detectar a extensão do tumor.
O tratamento do câncer anal pode variar de acordo com o estadiamento do tumor, podendo ser realizadas quimioterapia, radioterapia ou cirurgia. O diagnóstico precoce do câncer é importante para uma maior chance de tratamento bem sucedido. A detecção em fase inicial pode ser feita através de exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos em pessoas com sinais ou em pessoas com maior risco de desenvolver a doença.
Por ser um tumor com infecções sexualmente transmissíveis como fatores de risco, a principal forma de prevenção é a utilização de preservativos durante as relações sexuais. Além disso, evitar o tabagismo também é uma estratégia interessante para prevenir o tumor.
A vacinação contra o HPV é outro fator fundamental de prevenção. No Brasil, existem dois tipos de vacina disponíveis:
A vacina quadrivalente protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV, enquanto a nonavalente protege, também, contra os subtipos oncogênicos 31, 33, 45, 52 e 58. Considerando os subtipos 16 e 18, o primeiro imunizante oferece 70% de eficácia na prevenção do câncer de colo de útero, enquanto o segundo apresenta uma proteção de até 90%.
O esquema vacinal para ambas as vacinas é feito da seguinte forma:
Mín. 20° Máx. 38°