Por Franchesco Lourenço Alves
Nesta segunda-feira, 16, a cidade de Plácido de Castro voltou a ser encoberta por uma densa camada de fumaça, resultado de queimadas que ocorrem em todo o país. Este cenário tem se repetido com frequência durante os meses de seca, quando a prática ilegal de queimadas para limpeza de terrenos ou atividades agrícolas atinge seu ápice. A fumaça, além de impactar diretamente o meio ambiente, coloca em risco a saúde dos moradores.
Especialistas apontam que a exposição contínua a partículas finas liberadas pela queima de vegetação pode causar sérios problemas respiratórios, como bronquite, asma e até mesmo doenças cardíacas em grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos. Nosso sistema respiratório não está preparado para lidar com a quantidade de poluentes presentes na fumaça. O acúmulo dessas substâncias no ar pode agravar doenças pré-existentes e aumentar o número de atendimentos médicos emergenciais.
Moradores de Plácido de Castro já relatam sentir os efeitos da má qualidade do ar. "A gente acorda com os olhos irritados e uma sensação constante de cansaço. Muitas pessoas estão tossindo mais e sentindo dificuldade para respirar", diz o comerciante João Oliveira, que vive na cidade há mais de 30 anos. O hospital local já observou um aumento gradual no número de pacientes com problemas respiratórios nas últimas semanas.
Além dos impactos diretos à saúde, a fumaça também compromete a visibilidade nas estradas, aumentando os riscos de acidentes, e afeta a agricultura local, prejudicando lavouras e a produção de alimentos.
O governo do Acre tem tentado conter as queimadas por meio de fiscalizações, porém a vasta extensão de terras e a dificuldade de monitoramento tornam a tarefa complexa. Enquanto isso, a população segue sofrendo os impactos dessa tragédia ambiental anunciada. Organizações ambientais e de saúde pública defendem que é urgente a implementação de políticas mais eficazes de prevenção e combate às queimadas, além de ações de conscientização que possam oferecer alternativas ao uso do fogo.
Para os próximos dias, a previsão é de que as condições climáticas se mantenham secas, favorecendo a permanência da fumaça sobre a cidade. As autoridades de saúde recomendam que os moradores evitem atividades ao ar livre, usem máscaras de proteção e mantenham os ambientes internos bem ventilados para minimizar os efeitos nocivos da poluição.
A situação de Plácido de Castro é um reflexo de um problema maior que atinge todo o estado do Acre e outras regiões do país, onde o desmatamento e as queimadas seguem como desafios a serem enfrentados em um cenário de mudanças climáticas e pressões econômicas. Enquanto isso, a população local convive com os efeitos imediatos dessa degradação ambiental, e a saúde pública segue em alerta máximo.