Em pronunciamento no Plenário nesta segunda-feira (16), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticou os ganhos de juízes e desembargadores. Ele citou reportagem segundo a qual tribunais de todo o país teriam pago, no período de um ano, R$ 12 bilhões a esses profissionais em indenizações, auxílios e gratificações, entre outros benefícios.
— O Poder Judiciário não respeita sequer o teto salarial de R$ 40 mil, que já é muito elevado, num país em que, segundo o IBGE, 90% dos brasileiros ganham menos que R$ 3,5 mil por mês — protestou o senador, acrescentando que "parte desses R$ 12 bilhões (...) foi em função da volta do obsceno quinquênio, que significa 5% de aumento automático a cada cinco anos".
Girão também lembrou que "existem as gravíssimas situações de vendas de sentenças, conforme denúncias recentes envolvendo desembargadores dos tribunais de justiça de Mato Grosso do Sul e da Bahia".
— Venda de sentença! Que Justiça é essa? — questionou ele, acrescentando que "o corporativismo continua firme; o ministro [do STF] Cristiano Zanin, indicado por Lula, decidiu revogar o uso de tornozeleiras para magistrados investigados em Mato Grosso do Sul [por suposta venda de sentenças]".
O senador disse que "o pior de tudo é que tais magistrados, que cometeram crimes gravíssimos, nos casos lá de Mato Grosso do Sul e da Bahia, podem ter como condenação uma aposentadoria compulsória com o generoso teto salarial, mais uma aberraçãoà laBrasil, uma aberração que só existe no nosso país".