Terça, 14 de Janeiro de 2025
21°C 29°C
Plácido de Castro, AC
Publicidade

Quais as complicações da raiva humana e por que é tão letal?

Mulher morreu no último sábado (11) após ter contraído raiva humana no Agreste de Pernambuco; foi o primeiro caso da doença no estado nos últimos oito anos

Redação
Por: Redação Fonte: CNN Brasil
13/01/2025 às 18h06 Atualizada em 13/01/2025 às 18h28
Quais as complicações da raiva humana e por que é tão letal?
Mulher morreu em Pernambuco em decorrência de raiva humana após ter sido atacada por um sagui • Irena Sowinska/GettyImages

Uma mulher morreu no último sábado (11) após ter contraído raiva humana no Agreste de Pernambuco. Ela estava internada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz da Universidade de Pernambuco (HUOC/UPE) em estado grave, após ser atacada por um sagui. Pernambuco havia confirmado o caso na quarta-feira (8), após oito anos sem registros de raiva humana no estado.

raiva é uma doença infecciosa grave causada por um vírus do gênero Lyssavirus. A infecção, que pode afetar humanos, rebanhos e animais domésticos, causa a inflamação progressiva do cérebro, com letalidade próxima a 100%.

“O vírus da raiva afeta, basicamente, o sistema nervoso central, principalmente o cérebro. Por isso, os sintomas manifestados são, primariamente, as alterações do estado de consciência, como depressão, sonolência e, muito frequentemente, a irritação”, explica Renato Grinbaum, infectologista e professor do curso de Medicina da Universidade Cidade de S. Paulo (Unicid).

Além disso, a raiva humana causa fraqueza e espasmos musculares, inclusive nos músculos do esôfago, levando à hidrofobia — incapacidade de ingerir líquidos e a própria saliva, levando à salivação excessiva, um sintoma característico da raiva.

“Normalmente, é uma doença que vai progredindo para um dano cerebral grave e irreversível, e é letal porque o vírus afeta regiões muito nobres do cérebro de forma muito rápida, não dando tempo do organismo esboçar qualquer reação satisfatória”, afirma o especialista.

“Existem pouquíssimos casos de recuperação da raiva. Porém, nessas situações, a destruição é tão intensa, tão severa, que a pessoa perde o estado de consciência e tem paralisias múltiplas. É um estado de vida muito precário, dependente de aparelhos e de cuidados, uma sobrevida muito difícil”, completa.

Vírus da raiva não tem cura e a prevenção é essencial

vírus da raiva não pode ser tratado e nem curado. “Praticamente, todos os indivíduos que adquirem raiva falecem. Então, é de extrema importância que a pessoa que sofre uma mordedura [de um cachorro ou outro mamífero desconhecido] faça a profilaxia contra a raiva, e a vacina é extremamente eficaz”, alerta Moacyr Silva, infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

De acordo com o especialista, a vacina antirrábica utilizada após o ferimento causado por um animal é definida de acordo com o local afetado. “Dependendo do local da mordedura — por exemplo, região da face e das mãos são áreas em que o vírus tem maior facilidade de chegar ao sistema nervoso central — e dependendo da gravidade, você categoriza qual o tipo de vacinação que a pessoa vai receber. Então, isso é um fator que facilita qualquer prevenção”, afirma.

Além disso, a vacinação de cães e gatos é uma das formas mais eficazes de prevenir a raiva animal e a transmissão aos humanos. Como medida de prevenção, o ministério recomenda evitar aproximação e o toque de animais desconhecidos, principalmente quando estiverem se alimentando, com filhotes ou dormindo.

Em caso de agressão por animais, é preciso lavar o ferimento com água corrente e sabão imediatamente e buscar atendimento médico para orientações sobre a necessidade de receber a vacina antirrábica.

“Não existe nenhum tratamento eficaz, nenhum antiviral que seja eficaz para o tratamento da raiva. Então, a melhor medida é a prevenção. Se você tem uma mordida de algum animal silvestre, de um gato, de um cachorro, de um macaco, deve procurar imediatamente o médico para ele fazer a profilaxia e, dependendo do tipo de lesão, o tratamento com soro antirrábico, além da vacina”, orienta Silva.

O Ministério da Saúde recomenda a vacinação de maneira preventiva para grupos considerados de risco, de acordo com a atividade desempenhada:

  • Médicos veterinários; biólogos; profissionais de laboratório de virologia e anatomopatologia para raiva; estudantes de medicina veterinária, zootecnia, biologia, agronomia, agrotécnica e áreas afins;
  • Pessoas que atuam na captura, contenção, manejo, coleta de amostras, vacinação, pesquisas, investigações ecopidemiológicas, identificação e classificação de mamíferos como os domésticos (cão e gato) ou de produção (bovídeos, equídeos, caprinos, ovinos e suínos), animais silvestres de vida livre ou de cativeiro, inclusive funcionários de zoológicos;
  • Pesquisadores de cavernas (espeleólogos), guias de ecoturismo, pescadores e outros profissionais que trabalham em áreas de riscos.

 

 

 

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Plácido de Castro, AC
24°
Chuvas esparsas
Mín. 21° Máx. 29°
25° Sensação
1.36 km/h Vento
89% Umidade
100% (15.22mm) Chance chuva
07h17 Nascer do sol
07h17 Pôr do sol
Quarta
30° 22°
Quinta
30° 22°
Sexta
33° 22°
Sábado
30° 23°
Domingo
34° 21°
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 6,05 -0,15%
Euro
R$ 6,24 -0,02%
Peso Argentino
R$ 0,01 +0,00%
Bitcoin
R$ 622,130,07 +0,50%
Ibovespa
119,298,67 pts 0.25%
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Lenium - Criar site de notícias