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O que se sabe sobre o asteroide recém-descoberto que pode atingir a Terra

Rocha espacial 2024 YR4 tem entre 40 e 100 metros de comprimento, com potencial de causar estragos, segundo pesquisadores

Por: Redação Fonte: R7
06/02/2025 às 08h37
O que se sabe sobre o asteroide recém-descoberto que pode atingir a Terra
Asteroide pode atingir a Terra em 2032 | European Space Agency via The New York Times

Talvez você fique sabendo que há um asteroide grandão vindo rumo à Terra. Não entre em pânico.

Pouco depois do dia de Natal passado, os astrônomos observaram um objeto já se afastando do nosso planeta, uma pedra com algo entre 40 e 100 metros de comprimento a que deram o nome de 2024 YR4. Nas semanas seguintes, simularam suas possíveis órbitas futuras – e hoje dizem, baseados nas informações mais atualizadas, que há uma possibilidade de 1,3% de sermos atingidos em 22 de dezembro de 2032.

Devemos perder o sono por causa disso? “Não, de maneira alguma”, enfatizou David Rankin, observador de cometas e asteroides da Universidade do Arizona.

As chances atuais talvez pareçam assustadoras – e pode-se dizer que um asteroide desse tamanho tem potencial de causar estrago, sim. Se pegar uma cidade, por exemplo, não chegará nem perto de gerar uma extinção em massa, mas tende a causar danos catastróficos. Entretanto, uma chance de 1,3% de acerto também implica 98,7% de erro. “Não é um valor que dá para ignorar, mas também não há necessidade de ficar acordado à noite”, resumiu ele.

E, conforme os especialistas vão reunindo novos dados sobre o objeto, as possibilidades podem diminuir com o tempo. Por enquanto, eles garantem que podemos ficar calmos. De fato, o asteroide foi visto muitos anos antes de chegar tão perto da Terra – e isso é bom sinal. “Significa que os sistemas internacionais que estamos criando e instalando para encontrar, rastrear e caracterizar asteroides e cometas perigosos – e, se for o caso, mitigar seus impactos – estão funcionando como deveriam”, informou Andy Rivkin, astrônomo e pesquisador de defesa planetária do Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins, em Maryland.

Veja aqui o que você precisa saber sobre o 2024 YR4.

Como o asteroide foi descoberto?

Ele foi identificado pelo Sistema de Alerta Precoce de Impacto de Asteroide (Atlas, em inglês), que consiste em quatro telescópios em diferentes partes do mundo e é patrocinado pela Nasa. O equipamento do Chile descobriu o 2024 YR4 em 27 de dezembro, dois dias depois de sua aproximação da Terra. Agora está ganhando velocidade e se afastando cada vez mais depressa.

Qual o tamanho do 2024 YR4?

Segundo o Centro de Coordenação de Objetos Próximos à Terra da Agência Espacial Europeia, tem entre 40 e cem metros de comprimento, tamanho aproximado calculado pelo volume de luz solar que reflete. Mas, sem saber o tamanho exato dessa superfície, é possível apenas trabalhar com estimativas – e, mesmo assim, para que haja precisão, é necessário usar radares, e isso só será possível quando voltar a passar perto da Terra, em 17 de dezembro de 2028.

Um asteroide desse tamanho é motivo de preocupação?

Sim. Se tiver 40 metros, é mais ou menos semelhante ao meteoro de Tunguska, que explodiu sobre a área remota da Sibéria em 1908 e acabou com uma floresta de 2.070 quilômetros quadrados (para dar uma ideia, a área urbana de São Paulo tem 1.500 km²). No caso de ter cem metros, os danos localizados podem ser muito maiores, pois caso se choque com uma cidade pode destruí-la praticamente por inteiro. Se o objeto sobreviver à entrada na atmosfera e cair em alto-mar, o tsunâmi resultante pode arrasar o litoral mais próximo.

Como saber se há chances de um impacto em 2032?

O Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, situado na Califórnia, é onde trabalham os cartógrafos de cometas e asteroides dos EUA. É ali que, com softwares sofisticados, rastreiam os movimentos de tudo que se encontra no espaço mais próximo de nós.

Um desses programas, o Sentry, avalia as possíveis órbitas desses elementos e determina até a mínima chance de algum deles nos atingir no próximo século – e aqueles cujas possibilidades não podem ser definitivamente reduzidas a zero ficam na Lista de Riscos. “A chance de impacto foi identificada logo depois da descoberta do 2024 YR4, mas, como foi baseada só em algumas observações, a princípio a incerteza sobre a data foi bem grande. No último mês, porém, o número de análises chegou a centenas, e então o valor foi aumentando, superando 1%, que é um valor significativo”, explicou Davide Farnocchia, engenheiro de navegação do centro.

A Escala de Torino é uma ferramenta usada para mostrar o nível de preocupação que o público e as autoridades devem ter em relação a determinado asteroide. Vai de zero (em matéria de improbabilidade total de uma colisão fatal) a dez (o choque é certo e pode pôr em risco a civilização humana). A posição que o 2024 YR4 ocupa nela atualmente merece um três: já passou perto; pode ocorrer a menos de uma década; exige atenção dos astrônomos; e tem, no mínimo, 1% de chance de uma colisão capaz de destruição localizada.

É a segunda classificação mais alta já conferida a um asteroide, superada apenas pelo Apófis, já considerado uma ameaça por ter chegado ao nível quatro. Com o tempo, no entanto, descobriu-se que não tinha chances de colidir com a Terra pelo menos nos cem anos seguintes.

Para quando podemos esperar mudanças nessa possibilidade de impacto?

O que normalmente acontece é que, conforme se vão fazendo mais observações e se conhece a órbita do objeto com mais precisão, as probabilidades caem para zero, e a tendência provavelmente se repetirá com o 2024 YR4. “O mais provável é que, com mais análises, as chances de choque sejam descartadas”, confirmou Rankin.

Com o afastamento da Terra, a imagem do 2024 YR4 está se tornando extremamente tênue, ou seja, os telescópios terrestres terão dificuldade em rastreá-lo. “Mas, considerando-se que é um caso especial, vários membros da comunidade pediram (e conseguiram) mais tempo nos telescópios maiores e mais potentes, que devem servir até abril”, disse Rivkin.

Os astrônomos terão uma oportunidade ainda maior de corrigir as previsões durante o “passeio” previsto para dezembro de 2028, mas, até lá, a possibilidade de choque em 2032 não deve ser totalmente descartada. “A expectativa é que caia para zero, e não que suba para 100%, mas talvez leve alguns anos para os dados confirmarem isso”, declarou Rivkin.

Resumindo: temos de nos preocupar com o 2024 YR4?

No momento, não. “São grandes as chances de passar longe de nós em 2032, mas, se descobrirmos que vai se chocar com a Terra, podemos fazer algo a respeito”, garantiu Rankin.

Uma opção – se as agências espaciais tiverem tempo para organizar uma operação – é tentar alterar a rota do asteroide enviando uma nave para se chocar com ele. Se isso não der certo ou não for possível, a saída é definir a localização precisa da queda, de modo que os governos possam retirar a população em risco.

(Robin George Andrews é autor de “How to Kill an Asteroid”, livro sobre a ciência da defesa planetária.)

c. 2025 The New York Times Company

 

 

 

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