O presidente da República, Jair Bolsonaro, participou nesta terça-feira (2) de uma cerimônia em homenagem aos brasileiros mortos durante a Segunda Guerra Mundial, no Monumento Votivo Militar Brasileiro, na província de Pistoia, na região da Toscana, na Itália. O presidente esteve acompanhado de uma comitiva com ministros e discursou ao final do evento, exaltando "aqueles que tombaram em luta, por aquilo que é mais sagrado entre nós: a nossa liberdade".
“Em 1943, o dever nos chamava: voltar para a Itália e lutar por liberdade. Assim, 25 mil brasileiros cruzaram o Atlântico, muitos de origem italiana, e para cá vieram. Quase dois anos depois, 500 brasileiros aqui pereceram, mas a vitória se fez presente. Ouso dizer: mais importante que a própria vida é a nossa liberdade”, afirmou Bolsonaro.
Em novembro de 1943, o Brasil criou a Força Expedicionária Brasileira (FEB), que convocou 25 mil soldados para combater na Segunda Guerra Mundial. Esses militares ficaram conhecidos como "pracinhas" e lutaram ao lado dos aliados, contra o Eixo. Ao final do conflito, foram contabilizadas 465 mortes de membros da FEB no campo de guerra.
Na solenidade desta terça, o presidente esteve acompanhado dos ministros Carlos França (Relações Exteriores), Walter Braga Netto (Defesa), Paulo Guedes (Economia), João Roma (Cidadania), Marcelo Queiroga (Saúde) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Também fez parte da comitiva o embaixador do Brasil na Itália, Hélio Ramos.
Durante o discurso, o mandatário brasileiro lembrou que localidades italianas, como Monte Castello, Pistoia e Montese, dão nomes a ruas, avenidas e monumentos em diversas partes do Brasil, incluindo unidades militares. Bolsonaro agradeceu às populações das regiões da Emília-Romanha e da Toscana por não esquecerem a luta dos pracinhas da FEB e disse que brasileiros e italianos são irmãos.
"Daqueles jovens que estiveram aqui, nos idos de 1943, 1944 e 1945, poucas dezenas estão vivos, mas eles são para nós a chama da liberdade. A todos vocês, nossos irmãos italianos, a minha continência, o meu orgulho de estar aqui e a satisfação de tê-los ao nosso lado. Ontem, hoje e sempre, Brasil e Itália serão sempre juntos", concluiu.
Bolsonaro depositou flores no túmulo do soldado desconhecido, cumprimentou um combatente italiano que atuou ao lado dos militares brasileiros na Segunda Guerra e assinou o livro do Monumento Votivo Militar Brasileiro, ao final do pronunciamento.
Cidadão honorário
O presidente recebeu nesta segunda (1º) o título de cidadão honorário da comuna (o equivalente a cidade) de Anguillara Veneta, na província de Pádua, no norte da Itália. O evento foi promovido pela prefeita da cidade, Alessandra Buoso, que é ligada ao partido Liga Norte, uma legenda de ultradireita.
Antes da entrega do título, ele foi saudado por simpatizantes, que gritaram "mito" e receberam os cumprimentos do presidente. Houve ainda uma manifestação contrária ao mandatário brasileiro, próximo a uma igreja local. Dias antes, um grupo de ativistas chegou a pintar a fachada da prefeitura de vermelho e a escrever "Fora, Bolsonaro" nela, em protesto à concessão da homenagem.
O presidente aproveitou para conhecer parentes – o bisavô paterno de Bolsonaro nasceu na cidade. Ele almoçou com familiares e ministros e depois visitou a Basílica de Santo Antônio de Pádua. A volta de Bolsonaro ao Brasil está programada para esta terça, com chegada a Brasília na quarta (3).