Os números da Operação Escola Segura, iniciada em 6 de abril para prevenir ataques às instituições de educação, são assustadores. Em menos de um mês, os esforços das forças de segurança resultaram em 356 prisões de adultos e apreensões de adolescentes. Estávamos sentados em um barril de pólvora.
Na operação, 1.574 suspeitos também foram conduzidos às delegacias para prestar depoimentos. Foram 358 buscas e apreensões e 3.342 boletins de ocorrência registrados em todo o país. É muita gente envolvida, atuando e militando ativamente nas profundezas da internet — e também em sua superfície.
O que mais deveria chamar a atenção é tudo isso se propagar sem que as plataformas digitais tenham nem sequer esboçado alguma reação a esses grupos criminosos, essas colmeias de psicopatas e monstros virtuais. A internet virou território sem lei, um faroeste patrocinado por cliques e engajamento no que há de mais tenebroso e violento.
A operação, até pelo pouco tempo de atuação, nos mostra o muito de trabalho que temos pela frente. E confirma que essa rede de terroristas não é desprezível, ao contrário, estava se espraiando com velocidade. Era questão de tempo para que novos atentados a escolas e inocentes eclodissem.
O esgoto da internet precisa ser regulamentado de forma duríssima. Também prosperam grupos que defendem toda sorte de horrores, de chantagens brutais até suplícios impostos a adolescentes (principalmente meninas) sujeitas a torturas, desafios mortais, mutilações e todo tipo de atrocidades.
A sociedade tecnológica criou um pesadelo virtual que avança para a realidade de nosso cotidiano. O Projeto de Lei das Fake News é apenas um primeiro e tímido passo de correção. Ainda teremos muitos desafios pela frente.
Mín. 22° Máx. 31°