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Mãe de jovem morta na frente das filhas no AC diz que vítima ainda tentou denunciar ex após ameaças, mas desistiu

Mulher relatou que filha estava em processo de separação e que recebia ameaças do ex-companheiro, que andava armado. Ele passou por audiência de custódia e teve a prisão convertida em preventiva.

29/05/2023 às 14h52
Por: Informativo Plácido Fonte: G1/Ac
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Luzivânia Araújo foi assassinada com dois tiros na cabeça na madrugada de sábado (27) em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal
Luzivânia Araújo foi assassinada com dois tiros na cabeça na madrugada de sábado (27) em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal

A mãe da jovem Luzivânia Araújo Freitas, de 26 anos, que foi assassinada pelo ex-companheiro com dois tiros na cabeça na frente das filhas no último sábado (27), em Rio Branco, disse que ela ainda pensou em denunciá-lo, mas que desistiu após o pedido dele. Maria da Liberdade Araújo contou que a filha estava em processo de separação e que recebia ameaças do ex, que andava armado.

A vítima dormia em uma cama com as filhas de 7 e 4 anos quando foi assassinada. Logo após o crime, Gabriel Lima de Almeida, 25 anos, procurou o 1º Batalhão da Polícia Militar, ainda com a arma usada para matar Luzivânia, e se entregou. Ele passou por audiência de custódia no sábado e teve a prisão convertida em preventiva.

Em depoimento à polícia, a mãe afirmou ainda que acredita que o ex-genro já vinha tramando há alguns dias o crime. Ela disse que eles estavam em processo de separação e que ele não queria que a vítima rompesse o relacionamento com ele.

Ao g1, a mãe da jovem relatou que a filha teve um relacionamento com Almeida por 7 anos e que teve uma filha com ele, a mais nova, de 4 anos. Ela contou que dias antes do crime ele ameaçou Luzivânia de morte, que foi até o trabalho dela armado depois de receber uma mensagem pelas redes sociais informando que ele estava sendo traído pela mulher.

“No dia do crime, ela contou para uma amiga que ele estuprava ela, torturava, batia, enforcava e dizia que se ela fugisse ou contasse para alguém ele me matava ou fugiria com a filha deles. Com isso, ela disse que não aguentava mais, pediu separação, que ele saísse de casa, mas ele não saiu. Na quarta-feira [24] ela foi trabalhar, ele invadiu lá com a arma atrás de pegar ela e ela disse que ia na delegacia para dar parte dele. Aí, ele veio aqui em casa armado, me chamou e pediu que eu ligasse para ela para pedir que não denunciasse ele, que estava devendo pensão e que não queria ir preso. Eu falei que se ele não quisesse ir preso, era para deixar minha filha em paz. Ele ligou pra ela também e ela desistiu [de denunciar]”, contou a mãe.

Jovem foi assassinada dentro de casa pelo ex-companheiro com dois tiros na cabeça na frente das filhas — Foto: ReproduçãoJovem foi assassinada dentro de casa pelo ex-companheiro com dois tiros na cabeça na frente das filhas — Foto: Reprodução

Pedido da vítima

Por conta das ameaças, a mãe pediu que a filha não voltasse para casa. Ela ainda chegou passar uma noite fora de casa, mas depois decidiu voltar. Na sexta (26), segundo a mãe, após sair do trabalho, a jovem foi para casa da irmã, onde ficou ingerindo bebida alcoólica e, depois de um tempo, Almeida chegou ao local, pediu que ela voltasse para ele e ela disse que se voltasse, iria traí-lo e os dois tiveram uma discussão.

Em seguida, ela foi para casa e dormiu com as filhas. O ex foi até o local e durante a madrugada, matou a jovem ainda na cama, ao lado das crianças, que continuaram dormindo. Maria disse que está cuidando das netas.

“Desde o dia que ele começou com as ameaças, ela ligou para mim e pediu que eu cuidasse das meninas se acontecesse alguma coisa com ela. Elas estão aqui comigo ficam todo tempo perguntando pela mãe”, disse Maria.

Gabriel Almeida passou por audiência de custódia e teve a prisão convertida em preventiva por ter matado a ex-companheira no AC — Foto: ReproduçãoGabriel Almeida passou por audiência de custódia e teve a prisão convertida em preventiva por ter matado a ex-companheira no AC — Foto: Reprodução

Interrogatório do suspeito

Na delegacia, Almeida contou que no dia 20 de maio recebeu uma mensagem pelo Facebook dizendo que a vítima estava traindo ele com uma pessoa que ia buscá-la no trabalho. Ele disse que mandou no WhatsApp dela a mensagem e para a cunhada, que a vítima primeiro negou, mas depois mandou mensagem dizendo que era verdade. Contudo logo depois voltou a negar.

Ele relatou que no sábado (27), a vítima estava na casa da irmã bebendo e ele em casa cuidando das crianças, que por volta das 20 horas foi para a casa da irmã dela, que lá bebeu um copo de ‘corote’ e que a vítima disse que não ia se separar dele e passou a dizer que ia trair ele.

Almeida contou que após isso, Luzivânia foi para casa acompanhada da irmã e de uma prima e ele foi deixar um primo dela no aeroporto. Depois voltou para casa e encontrou a vítima com as filhas dormindo na cama, que começaram a conversar no quarto sobre o relacionamento e que ela voltou a dizer que ia traí-lo. Ele disse que ia embora e ela falou que ele podia ir, que não queria mais ele, e que já tinha mesmo traído ele. Falando que ele era corno e que não tinha coragem de fazer nada.

Após isso, ele disse que levantou da cama, foi ao banheiro e depois pegou a arma e voltou em direção à cama, acendeu a luz e chamou por ela. Quando a vítima levantou a cabeça e respondeu, ele atirou duas vezes seguidas no rosto dela. Ele disse que as filhas estavam dormindo do lado da mulher e que não tinha intenção de matar as crianças.

Ele afirmou que depois saiu do local e foi direto para o batalhão da polícia para se entregar, porque tinha se arrependido de ter atirado contra Luzivânia.

Na decisão em que converteu a prisão em flagrante em preventiva, o juiz Manoel Pedroga afirmou que manutenção da prisão dele era necessária.

“A gravidade do crime foi elevada, brutal, na medida em que segundo o mencionado em audiência, foi motivada por ciúmes, ainda na presença dos dois filhos da vítima, as quais são crianças. Logo, a prisão se mostra necessária para garantir a ordem pública e evitar que o autuado venha fugir do distrito de culpa, ameaçar testemunhas ou praticar outros crimes.”

 

 

 

 

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