Se você achou que os últimos meses foram mais quentes do que o normal, saiba que você não está só. O ano de 2023 está prestes a se tornar o mais quente já registrado. E, entre uma mistura de causas naturais, é consenso entre especialistas que o principal responsável pelo aumento da temperatura foi a emissão de gases do efeito estufa. Ou seja, nós mesmos.
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Enquanto ocorria a 28ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), foi divulgado um relatório que confirmava o que muitos especialistas já estavam esperando: 2023 foi o ano mais quente já registrado na nossa história até novembro. De acordo com o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia (C3S), a temperatura média global deste ano foi 1,46 °C acima da média pré-industrial — entre 1850 e 1900.
Em comparação com os 11 primeiros meses de 2016 — que é atualmente o ano mais quente registrado —, a média de temperaturas de 2023 foi 0,13 °C superior. E desde junho, todos os meses deste ano registraram as temperaturas mais altas desde 1940, quando o C3S iniciou as medições.
Além disso, o gelo marinho da Antártica atingiu seus níveis mais baixos desde o início dos registros. Todos esses números servem de alerta para que medidas possam ser tomadas para tentar reverter ou amenizar a situação o mais rápido possível.
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Diversos fatores contribuem para esse calor recorde, sendo as mudanças climáticas causadas pelos humanos o principal fator. Esse é um consenso entre a comunidade científica, que alerta para uma aceleração do aumento da temperatura nos próximos anos, caso nada seja feito.
“Enquanto as concentrações de gases de efeito estufa continuarem a aumentar, não podemos esperar resultados diferentes dos vistos este ano”, disse em um comunicado o diretor do C3S, Carlo Buontempo. “A temperatura continuará subindo e também os impactos de ondas de calor e secas. Alcançar o zero líquido o mais rápido possível é uma maneira eficaz de gerenciar nossos riscos climáticos”.
Gases de efeito estufa, como dióxido de carbono e metano, retêm o calor na atmosfera, fazendo com que a temperatura do planeta aumente. A queima de combustíveis fósseis, como o carvão, o petróleo e o gás natural, responde por mais de 75 por cento das emissões globais de gases de efeito estufa.
Além disso, o aquecimento deste ano foi potencializado pelo El Niño. Este fenômeno natural e cíclico faz com que as águas mais quentes perto do Equador elevem as temperaturas globais do ar. E como o El Niño deve continuar pelo próximo ano, é muito provável que 2024 seja tão quente quanto 2023.
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