Uma nova foto de Saturno realizada pelo Telescópio Espacial Hubble, da NASA, capturou misteriosas manchas escuras que aparecem nos anéis do planeta. Chamadas de "manchas no anel", esses pontos pretos circundam Saturno juntamente com as suas faixas características de detritos gelados.
Os cientistas já sabiam sobre a existência das manchas escuras há décadas, mas até então não tinham nenhuma certeza sobre suas origens. Até o momento, a principal teoria é que elas estão ligadas ao poderoso campo magnético do planeta, que está sofrendo algum tipo de interação com os ventos solares.
(Fonte: NASA/Divulgação)
Em comunicado oficial da NASA, Amy Simon, a cientista planetária e chefe do programa Outer Planet Atmospheres Legacy (OPAL), do Hubble, comentou sobre as novas descobertas em relação a Saturno. Segundo a pesquisadora, a sonda espacial Voyager 2 da NASA captou pela primeira vez as manchas escuras do anel de Saturno em 1981, e a sonda Cassini também observou o misterioso fenômeno enquanto estudava o gigante gasosos entre 2004 e 2017.
Contudo, a Voyager 2 deixou o Sistema Solar há cerca de cinco anos, e a NASA encerrou a missão da Cassini ao lançar a sonda em Saturno em 2017. Por conta disso, o Hubble agora assumiu a tarefa de estudar as manchas do anel do planeta a partir da sua posição na órbita baixa da Terra. A nova foto foi tirada pelo telescópio espacial em 22 de outubro de 2023.
Essas manchas tendem a desaparecer perto dos solstícios de inverno e verão em Saturno, mas os pesquisadores acham que eles se tornarão mais prevalentes perto dos equinócios de outono e primavera no planeta. Eles esperam começar a detectar mais manchas à medida que nos aproximamos do próximo equinócio de outono no hemisfério norte de Saturno, o qual ocorrerá no dia 6 de maio de 2025.
Saturno leva pouco menos de 30 anos para completar uma órbita em torno do Sol. Sendo assim, suas estações duram cerca de sete anos cada. O seu último equinócio foi em 2009, altura em que a Cassini detectou as manchas escuras. Durante os equinócios, os anéis de Saturno ficam mais inclinados em direção ao Sol. Por conta disso, os cientistas suspeitam que quando o planeta está neste alinhamento, os ventos solares atingem o campo magnético do planeta com mais força.
Isso poderia criar um ambiente eletricamente carregado que levaria à formação das manchas. As menores partículas de gelo dos anéis podem ficar carregadas e flutuar acima do resto dos anéis, gerando o aparecimento dessas manchas. Para o futuro, o programa OPAL do Hubble continuará a observar Saturno à medida que o próximo equinócio do planeta se aproxima para confirmar todas as teorias.
O telescópio observa comprimentos de onda de luz que vão do ultravioleta ao infravermelho próximo de Saturno. Os dados podem fornecer mais informações sobre como as manchas se formam e também como funcionam.
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