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Aumenta número de pessoas congelando seus corpos na esperança de voltar à vida

A ciência e a esperança colidem na fronteira da vida e da morte, onde indivíduos de todo o mundo apostam em avanços futuros para reverter o processo de envelhecimento e doenças, desafiando as concepções tradicionais de mortalidade.

24/01/2024 às 16h14
Por: Informativo Plácido Fonte: Jornal Ciência
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Imagem de Capa: Reprodução / Cryonics Institute
Imagem de Capa: Reprodução / Cryonics Institute

Em uma era onde a ciência e a tecnologia desafiam constantemente os limites do possível, a Cryonics Institute (CI) em Michigan, EUA, se apresenta como um dos mais fascinantes e controversos campos da ciência moderna.

A criônica, processo pelo qual corpos de indivíduos clinicamente mortos são preservados a temperaturas extremamente baixas, com a esperança de ressuscitação futura, está ganhando adeptos ao redor do mundo.

Esta prática, que parece ter saído diretamente das páginas de um romance de ficção científica, é impulsionada pela crença de que os avanços futuros na medicina e na nanotecnologia podem um dia permitir a reanimação desses “pacientes” congelados.

No coração dessa esperança futurista está a Cryonics Institute, um local descrito por seu presidente, Dennis Kowalski, como um lugar de “admiração e responsabilidade” em sua entrevista ao jornal Metro UK, do Reino Unido.

A Viagem para o Desconhecido

O CI não é apenas um repositório de esperanças e sonhos; é um centro onde a ciência encontra a fronteira da morte. Pacientes de diversas profissões e origens, incluindo chefs, estudantes e professores, e até mesmo animais de estimação, são mantidos em elegantes tanques brancos, aguardando avanços tecnológicos futuros que possam reanimá-los.

Foto: Reprodução / Cryonics Institute

O processo envolve a substituição do sangue e da água do corpo por uma mistura especial de crioproteção, evitando e prevenindo danos celulares causados pelo gelo e preparando-os para a conservação em nitrogênio líquido. A criopreservação é realizada a uma temperatura de -196°C.

Esta técnica não é apenas uma façanha da ciência moderna, mas também uma aposta, segundo Kowalski. Ele argumenta que, embora não haja garantias, optar pela criopreservação oferece pelo menos uma possibilidade de retorno, em contraste com os métodos tradicionais de sepultamento ou cremação.

Expansão e Desafios

Atualmente no limite de sua capacidade, a empresa está expandindo suas instalações para acomodar o crescente interesse pelo procedimento. Com custos de preservação iniciando em torno de $28.000 (cerca de R$150.000), a criônica está se tornando uma opção mais “acessível”.

Foto: Reprodução / Cryonics Institute

Os avanços científicos, principalmente no campo da nanotecnologia, estão reforçando a viabilidade da criônica. A CI, fundado em 1976, vê as tecnologias emergentes em engenharia genética, regeneração de células-tronco e inteligência artificial como promissores indicativos de que o que antes parecia ficção científica, agora está começando a se tornar realidade.

A técnica está atraindo pessoas de todas as partes do mundo, com um número crescente de britânicos sendo enviados aos EUA. Enquanto isso, a instituição continua a enfrentar ceticismo e críticas de alguns setores da comunidade científica, que questionam a viabilidade e a ética da prática.

Dentro da CI, cerca de 250 “pacientes” repousam em criostatos. Entre eles está Thea Ettinger, a primeira paciente, que entrou em criossuspensão, em 1977, e seu filho, Robert C. W. Ettinger, um veterano da Segunda Guerra Mundial considerado o pai da criônica.

Esperança Além da Vida e Críticas

Apesar das críticas de alguns, como a jornalista e médica Dra. Miriam Stoppard, que considera a criônica uma pseudociência que “rouba a dignidade dos moribundos”, membros como Alan Sinclair, um idoso de 85 ano do Reino Unido, veem a criônica como uma oportunidade valiosa. Ele expressou seu desejo de superar a longevidade de seus netos, reconhecendo a incerteza, mas permanecendo otimista quanto às possibilidades futuras.

Alan Sinclair faz parte de um grupo de criônica do Reino Unido que ajuda a transportar pessoas para os EUA de acordo com os seus desejos | Foto: James Clarke / Metro UK

O proprietário Kowalski, que também está inscrito para a criopreservação, mantém uma forte convicção de que os corpos conservados serão um dia reanimados. “A ambulância está lá”, diz ele, referindo-se à infraestrutura atual da criônica, “e se as tendências tecnológicas continuarem, o hospital também estará”, ressalta.

Este é um campo onde ciência e o desconhecido se encontram, oferecendo uma janela para um futuro que, embora incerto, continua a atrair aqueles que procuram estender as fronteiras da vida humana. Neste ambiente de incerteza, a criônica representa uma fascinante interseção entre a vida, a morte e o desejo humano de transcender os limites naturais.

 

 

 

 

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