O Brasil tem uma superpopulação que convive com a alopecia androgenética, mais conhecida como calvície. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), existem ao todo 42 milhões de brasileiros que enfrentam problemas com queda de cabelo. Esse contingente supera, por exemplo, a população estimada de países como Canadá, Polônia e Arábia Saudita.
Mas o problema está longe de ser um sofrimento exclusivo de boa parte da população do país. São tantos calvos no mundo que a quantidade de transplantes capilares teve um disparo ao longo de 11 anos. Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar (ISHRS), só em 2021 foram realizados 703.183 cirurgias de restauração capilar. Em 2010, o total foi de 279.381 procedimentos. Uma elevação próxima dos 250%.
Médica e especialista em cirurgia de transplante capilar, Melina Oliveira conta que esse crescimento também ocorre na sua clínica, em Vitória (ES). Pelas mãos dela passam pacientes em busca de tratamentos contra a queda de cabelo, mesoterapia e cirurgias de transplante capilar. As causas para o crescimento de pessoas com calvície, segundo ela, são variadas.
“Existem alguns paradigmas que rodeiam os mitos sobre a queda de cabelo. Muita gente ainda atribui somente aos homens, principalmente aqueles que estão ultrapassando a linha da meia idade. Além disso, há uma falsa crença de que a queda de cabelo ocorre exclusivamente por causa da falta de qualidade de vida e dos problemas do dia a dia”, afirma a médica.
“São vários fatores que levam à queda de cabelo. Pode ser decorrente de infecções provocadas por algum fungo ou bactéria, alimentação precária, efeitos colaterais de algum medicamento, uso excessivo de produtos químicos no couro cabeludo, excesso de oleosidade ou até mesmo o estresse. Mas o fator emocional é apenas uma parte desse universo em torno da queda de cabelo e de outras doenças capilares”, descreve Melina Oliveira.
Predominante nos homens, mas presente nas mulheres
O levantamento da ISHRS mostra que, dos mais de 700 mil transplantes realizados em 2021, 87,3% ocorreram nos homens, enquanto 12,7% foram nas mulheres. “Na calvície os folículos sofrem atrofia, um processo que também é chamado de miniaturização. Isso ocorre no decorrer dos anos, levando à perda de cabelo. E de fato isso é mais comum nos homens, por ser um problema relacionado aos hormônios sexuais masculinos e à genética. É menos comum em mulheres, mas também pode acontecer”, revela.
Isso, aponta Melina Oliveira, é uma das razões que têm levado a um aumento considerável de mulheres que recorrem à clínica nos últimos anos. Mas a explicação não é apenas nas estatística. Ela também tem fundamento científico. “Da mesma forma que a calvície masculina pode ser reflexo da testosterona, nas mulheres é passível de a explicação também vir das alterações hormonais”, justifica.
Para a maioria dos casos, a solução mais eficaz tem sido a técnica conhecida como FUE – sigla de Follicular Unit Extraction. Tanto que foi a mais utilizada, ainda segundo a pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar. Ela foi aplicada em 75,5% dos procedimentos realizados nos homens e em 57% das mulheres. Por meio do FUE, o profissional faz a extração individual de unidades foliculares de uma área doadora e aplica na região da calvície.
Melina Oliveira possui expertise nesse procedimento, e garante que o resultado é satisfatório. “O FUE, como é mais chamado, é a técnica mais aplicada atualmente em todo o mundo porque funciona muito bem. A taxa de crescimento dos fios transplantados chega bem próximo dos 100%, o que significa uma solução quase que definitiva para a calvície”, conclui a médica.
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