Naézio e Dalberson da Silva Santos foram assassinados em maio deste ano por conta de uma dívida de drogas. O filho e neto do ex-policial civil de Rondônia Joaquim Raimundo Silva, respectivamente, eram responsáveis pelo envio de entorpecentes para o estado vizinho, mas um carregamento sumiu e estavam sendo cobrados o valor da carga.
As informações são da Polícia Civil de Acrelândia, interior do Acre. Nesta terça-feira (18), foi deflagrada a Operação Dívida Amiga, que resultou na prisão de oito suspeitos de participarem da morte das vítimas.
Moradores acharam os corpos no Ramal Samaúma, Rodovia AC-475, zona rural de Acrelândia, no dia 6 de maio. Ambos tinham marcas de tiro na cabeça e estavam caídos às margens do ramal. Equipes das polícias Militar e Civil estiveram no local, isolaram a área e acionaram o Instituto Médico Legal de Rio Branco (IML).
Naézio Santos e o pai, Joaquim Raimundo, foram condenados por homicídio em 2017. Veja detalhes abaixo. Ele morava com o pai em Plácido de Castro, para onde a família se mudou há cerca de dois anos, e Dalberson visitava os parentes na cidade acreana.
Um dos corpos foi achado ao lado de motocicleta — Foto: Arquivo/Polícia Civil
Na época do crime, a polícia descobriu que as vítimas tinham participado de uma festa na noite anterior. As investigações revelaram que quatro dos investigados foram até a festa, sem ser convidados, para vigiar e avisar os comparsas quando as vítimas saíssem do local.
A polícia não soube informar a quantidade de entorpecentes que sumiu. Segundo o delegado responsável pelas investigações, os criminosos ficaram cobrando o dinheiro da droga por cerca de 40 dias. "Como as vítimas não pagaram, acabaram sendo mortas, inclusive, o Naézio foi ameaçado no dia", destacou.
A suspeita é de que o material foi furtado, contudo, isso ainda não está esclarecido. "Diziam que iam pagar, ficaram enrolando. Estavam na festa e os suspeitos foram para lá porque sabiam que as vítimas estavam participando", contou.
Na hora de ir embora, Naézio e Dalberson foram cercados e levados para um local isolado, onde acabaram executados. A polícia procura por um nono suspeito.
"Quatro executaram e outros quatro articularam a ida até o local. A gente só conseguiu descobrir que atiraram neles. Apreendemos armas, drogas e dinheiro. Não confessaram", concluiu.
Em 2015, uma operação deflagrada pela Polícia Civil e o Ministério Público de Rondônia (MP), denominada Operação Têmis, cumpriu mandado de prisão temporária de Naézio Silva Santos e Joaquim Raimundo Silva. Na época, Joaquim Silva era policial civil em Mirante da Serra, no interior de Rondônia.
Joaquim era o principal suspeito de ter executado Jeovane Arrabal, ex-genro do acusado. A vítima foi morta com seis tiros de uma pistola calibre 380, no dia 7 de dezembro de 2014. O crime aconteceu na zona rural de Ouro Preto do Oeste.
As suspeitas contra Naézio eram a respeito do planejamento do homicídio de Alex Flávio de Oliveira, morto em janeiro de 2013, em Mirante da Serra.
Joaquim Raimundo, pai e avô dos homens achados mortos no Acre, era policial civil lotado em Mirante da Serra — Foto: Divulgação PC/MP
Naézio foi preso em Porto Velho. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa de Joaquim, onde encontraram duas espingardas calibre 32 e munições de calibres variados, o que causou a autuação de Joaquim em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito.
Conforme as investigações, o motivo que teria levado Naézio a planejar a morte de Alex seria a existência de um relacionamento amoroso entre a esposa de Naézio e a vítima, descoberto dias antes do crime. Joaquim é suspeito de ter efetuado os disparos contra Alex. Um exame de balística feito na arma do ex-policial mostrou compatibilidade com os projéteis encontrados nas vítimas.
Em março de 2017, Joaquim Silva foi a júri popular pela morte do ex-genro. Ele pegou 8 anos e 4 meses de prisão pelo assassinato.
Já em junho do mesmo ano, pai e filho foram levados a júri popular novamente por homicídio. Joaquim Silva foi inocentado da morte de Alex Flávio e o filho Naézio pegou pouco mais de oito anos de prisão pelo crime.
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