No dia que celebramos os 144 anos do nascimento de Einstein, vamos lembrar um pouco de sua passagem no Brasil.
Na foto, vemos Albert Einstein com Carlos Chagas e Adolfo Lutz dois grandes cientistas da história do país, durante a visita de Einstein ao Instituto Oswaldo Cruz, em 1925.
Einstein fazia um série de Palestras pela América do Sul, em uma de suas paradas ele visitou o Brasil a pedido de sua comunidade judaica.
Além de atender a sua comunidade (Einstein era Judeu) ele também se interessou em conhecer parte da comunidade científica do Brasil, com intuito de criar novos laços entre as diversas comunidades científicas do mundo, sobretudo após a primeira guerra mundial.
Ele fez palestras em diversos locais, visitou Fundação Oswaldo Cruz, Observatório Nacional e Museu Nacional – onde plantou um broto de pau-brasil. O alemão ainda conversou com o presidente da República da época, Arthur Bernardes, e participou de eventos da comunidade judaica brasileira.
Apesar de dizer que não gostou muito do clima do país, e da recepção exagerada e do público que não o compreendia, pelo menos ele saiu daqui maravilhado com nossa fauna e flora, como podemos ver o relato de quando visitou ele o Jardim Botânico, disse:
“O Jardim Botânico, bem como a flora de modo geral, supera o sonho das mil e uma noites. Tudo vive e cresce a olhos vistos […] Experiência fantástica! Indescritível abundância de impressões em poucas horas.”
Ele também se impressionou com o Meteorito de Bendengó que possui mais de 5 toneladas, qual pode observar durante a visita ao museu nacional, que na época era dos maiores centros de produção científica do país e da América do Sul.
A visita do ilustre cientista parou todo o Rio de Janeiro, então capital federal do Brasil. Cada passo virava notícia. É importante lembrar que após apresentar a teoria da relatividade geral para o mundo em 1916, e ganhar o prêmio novel de física em 1921, Einstein se tornou tão famoso como Charles Chaplin.
Toda essa atenção desmedida causou bastante embaraço para com o cientista. Para se ter uma idéia, até o fato do Cientista comer Vatapá com pimenta virou notícia nos folhetins cariocas.
Em algumas palestras ele teria se incomodado bastante com fato de seu público ouvinte ser composto apenas por políticos, militares e a nata da alta sociedade brasileira, que não entendiam bulhufas de física, quem dirá a teoria da relatividade em francês, idioma que o cientista dominava.
Para completar alguns locais estavam lotados, extremamente quentes, barulhentos, abafados e rodeados de repórteres que não deixavam o alemão em paz.
Apesar disso, Einstein abordou conceitos complexos de física de forma clara e acessível para quem tinha um mínimo de conhecimento, e conquistou uma audiência entusiasmada em alguns outros lugares, como foi o caso da academia brasileira de Ciências.
A impressão geral de Einstein sobre a viagem as Américas não foi muito boa, e está escrita em uma carta enviada ao melhor amigo, o engenheiro suíço Michele Besso, em junho de 1925:
“As pessoas lá são vazias e pouco interessantes – mais ainda do que as da Europa”, escreveu o pai da Relatividade.
“Foi uma grande agitação sem interesse verdadeiro […] Para achar a Europa estimulante, é preciso visitar a América”.
Porém, é seguro dizer que a visita teve um impacto significativo na cultura e na ciência brasileira, ajudando a popularizar a teoria da relatividade em todo o país.
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