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Supergonorreia acende alerta mundial na saúde; O que se sabe sobre a DST até agora

Autoridades sanitárias do estado de Massachusetts identificaram dois casos de resistência antibacteriana aos medicamentos usados

27/01/2023 às 08h11
Por: Informativo Plácido Fonte: R7
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Bactéria N. gonorrhoeae está se tornando resistente aos antibióticos normalmente usados | DIVULGAÇÃO/NATIONAL INSTITUTE OF ALLERGY AND INFECTIOUS DISEASES, NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH
Bactéria N. gonorrhoeae está se tornando resistente aos antibióticos normalmente usados | DIVULGAÇÃO/NATIONAL INSTITUTE OF ALLERGY AND INFECTIOUS DISEASES, NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH

O anúncio do DSP (Departamento de Saúde Pública) do estado de Massachusetts (EUA) sobre dois casos de gonorreia com resistência ou resposta reduzida a antibióticos deixaram o país e a autoridades sanitárias internacionais em alerta na última semana.

O problema já é objeto de preocupação de médicos há muitos anos e parece estar se tornando uma realidade.

A gonorreia é a segunda IST (infecção sexualmente transmissível) mais frequente nos Estados Unidos, atrás apenas da clamídia, e a falha dos antibióticos tradicionais no tratamento pode fazer com que se dissemine uma supergonorreia.

"Esta é a primeira vez que resistência ou resposta reduzida a cinco classes de antibióticos foi identificada na gonorreia nos Estados Unidos. [...] No geral, esses casos são um lembrete importante de que as cepas de gonorreia nos EUA estão se tornando menos responsivas a um arsenal limitado de antibióticos", alertou o órgão sanitário estadual.

A cepa da bactéria Neisseria gonorrhoeae identificada nos EUA já havia sido reportada recentemente no Reino Unido e na Ásia.

Não se trata de uma doença mais severa, com sintomas (veja abaixo quais são) mais exacerbados, mas sim de uma doença que, em tese, poderia durar muito mais tempo.

Embora o primeiro paciente tenha sido tratado com sucesso com injeção intramuscular do antibiótico ceftriaxona 500 mg, a equipe submeteu a amostra a análises laboratoriais.

Foi, então, que se descobriu que a bactéria apresentava resistência às cefalosporinas (ceftriaxona, cefixima, cefoxitina) e azitromicina, além da ciprofloxacina, penicilina e tetraciclina, antibióticos comumente usados no tratamento de gonorreia.

Os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) recomendam altas doses de ceftriaxona para todos os casos de gonorreia.

O segundo caso foi identificado por meio de vigilância. Segundo o órgão sanitário "com base em seu genoma, provavelmente reduziu de forma semelhante [ao primeiro caso] a suscetibilidade à ceftriaxona e cefixima".

"O surgimento dessa cepa indica a evolução contínua de N. gonorrhoeae e a capacidade de desenvolver resistência ao tratamento antimicrobiano", complementa o DSP.

Os CDC ressaltam em seu site que "a gonorreia desenvolveu progressivamente resistência aos antibióticos prescritos para tratá-la".

Como os antibióticos da classe das cefalosporinas são atualmente os mais eficazes contra cepas desse tipo, o surgimento de novas mutações resistentes "complicaria significativamente a capacidade dos provedores de tratar a gonorreia com sucesso, uma vez que temos poucas opções de antibióticos simples, bem estudados, bem tolerados e altamente eficazes", observam os CDC.

“A descoberta dessa cepa de gonorreia é um sério problema de saúde pública que o DPH, os CDC e outros departamentos de saúde têm estado atentos para detectar nos EUA”, disse em comunicado a comissária de saúde pública da Massachusetts, Margret Cooke.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) faz frequentes alertas sobre o uso inadequado de antibióticos, que é o fenômeno responsável pela resistência antimicrobiana. 

Em 2014, um relatório da entidade afirmava que nos países pobres as doses administradas são muito pequenas e nos países ricos o uso é excessivo.

O documento listava sete bactérias com potencial de se tornarem resistentes. Elas são responsáveis por doenças graves, como infecções hematológicas, diarreias, pneumonias, infecções urinárias e gonorreia.

Gonorreia

A gonorreia é transmitida durante a relação sexual, inclusive oral, e pode causar infecção nos órgãos genitais, no reto e na garganta.

Os principais sintomas nas mulheres, de acordo com os CDC, incluem:

• Sensação de dor ou queimação ao fazer xixi

• Aumento do corrimento vaginal

• Sangramento vaginal entre os períodos

Nos homens, os sinais que sugerem a infecção são:

• Sensação de queimação ao fazer xixi

• Secreção esbranquiçada, amarela ou verde que sai do pênis

• Testículos doloridos ou inchados (menos comum)

Outros sintomas podem afetar homens e mulheres:

• Coceira anal

• Dor

• Sangramento

• Movimentos intestinais dolorosos

Em raros casos, a gonorreia pode se tornar uma infecção gonocócica disseminada (síndrome artrite-dermatite).

"Ela ocorre quando a infecção se espalha pela corrente sanguínea para outras partes do corpo, especialmente para a pele e as articulações. As articulações ficam inchadas, com sensibilidade ao toque e extremamente dolorosas e apresentam limitação na mobilidade. A pele por cima das articulações infectadas pode ficar vermelha e quente. As pessoas normalmente têm febre, sentem-se doentes de forma geral e desenvolvem artrite em uma ou mais articulações", descreve o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento.

Os pacientes também podem ter pequenas manchas vermelhas na pele, geralmente nos braços e pernas, que são ligeiramente dolorosas e podem estar cheias de pus.

"As infecções das articulações, da corrente sanguínea e do coração podem ser tratadas, mas a recuperação da artrite pode ser lenta", complementa o  guia médico.

O uso de preservativo durante relações sexuais é uma das medidas que podem ajudar na prevenção da gonorreia.

Além disso, o rastreamento de parceiros sexuais após o diagnóstico da doença é fundamental para encerrar a cadeia de transmissão da bactéria.

 

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