Para a maioria das cobras, comer quantidades absurdas nunca é um grande problema. As pítons, por exemplo, conseguem devorar gatos, porcos, antílopes e outros animais com grande facilidade — mesmo que algumas dessas presas sejam consideravelmente maiores que elas mesmas. Então, como esses animais conseguem fazer tanta comida caber em seus corpos?
Diferente da mandíbula de um mamífero, que é construída para força bruta, as mandíbulas das cobras são equipadas com tendões, músculos e ligamentos que fornecem a flexibilidade de um ginasta. Dessa forma, qualquer desafio se torna apenas um pequeno obstáculo.
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Conforme explicado pelo professor de biologia da Universidade de Victoria, Patrick T. Gregory, ao portal Live Science, um dos grandes mitos sobre o mecanismo de alimentação das cobras é a ideia de que suas mandíbulas se separam para conseguir engolir maiores alimentos. Na realidade, elas ficam conectadas o tempo todo enquanto esse processo maravilhoso da natureza é realizado.
As cobras possuem duas mandíbulas inferiores que se movem independentemente uma da outra. Esse osso quadrado não está rigidamente preso ao crânio do animal, mas articula-se com ele em uma extremidade e, portanto, move-se livremente. De acordo com Gregory, as duas mandíbulas são unidas por um ligamento elástico na parte da frente, o que permite que elas se separem durante a alimentação.
Com isso, esses répteis são capazes de envolver suas presas com suas bocas. Durante esse processo, o alimento é lubrificado pela saliva do predador e desliza até o intestino. É por conta dessa técnica impressionante que uma cobra, mesmo que pequena, consegue ingerir presas muito maiores do que o seu próprio tamanho e manter-se saciada por longos períodos.
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Um fato bastante curioso é que algumas cobras também possuem o costume de engolir outras espécies de cobras mais longas que elas. Inclusive, o fato de como as cobras-reais conseguiam ingerir outras cobras que igualam ou excedem seu próprio comprimento sempre foi um mistério para os pesquisadores.
No entanto, estudos recentes parecem ter revelado mais coisas sobre os truques de superdimensionamento desses répteis. Conforme registrado pelos cientistas, uma vez que a cobra-real consegue envolver sua presa com sua boca, ela passa a "caminhar" sobre o alimento em uma tentativa de empurrar a comida para dentro.
Para ajudar a atrair suas presas, esses animais comprimem sua própria coluna vertebral numa série de ondas, fazendo o mesmo movimento com a carne da presa para comprimi-la como se fosse um acordeão. Assim, as cobras-reais conseguem embalar suas refeições para garantir que elas encaixem perfeitamente dentro do trato gastrointestinal.
Porém, como muitos desses alimentos são grandes demais para essas cobras, não é nada anormal que elas acabem regurgitando presas parcialmente digeridas. Em geral, quando o alimento é muito grande, esses répteis precisam de mais de 15 dias para digeri-los completamente.
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