O centenárioda primeira rádio brasileira foifestejadonessa segunda-feira (25), em noite que celebrou a músicae a comunicação pública com o PrêmioRádio MEC 100 anos.Foram anunciados os selecionados em 12 categorias destinadas a valorizar a diversidade da produção musical do país, sendo escolhidas pelo júri a melhor composição e os melhores intérpretes de música clássica, instrumental, infantil e popular brasileira. Além disso, a votação popular consagrou uma composição em cada um desses gêneros.
ARádio MECtambém aproveitou a cerimônia para homenagear pessoas ilustres de sua trajetória, entreeles músicos, produtores ou empregados daEmpresa Brasil de Comunicação(EBC) que já atuaram ou ainda atuam na emissora, como Tim Rescala, Helena Theodoro, Lilian Zaremba, Marlos Nobre, Débora Bitencourt e Renato Rocha. Entre os homenageados, o locutor Rubem Confete lembrouque o rádio uniu o país e promoveu a diversidade cultural.
“Passou aqui uma variedade de estilos musicais, do clássico ao popular”, disse. “Quando você ouve música, você abre a sua cabeça. E aRádio MECajudou e ajuda a abrir a cabeça do brasileiro. 100 anos de festa!Rádio MEC! A vida é uma festa e a festa é nossa. Salve a música e salve a cultura brasileira, que dia a dia, mês a mês, hora a hora, está no ar por meiodaMEC AMeFM”.
Funcionária daEBC, Débora Bitencourt trabalhou na organização da premiação e foi pega de surpresa com um prêmio para ela própria. “Estou muito feliz, surpreendida de poder estar aqui representando os colegas que acreditam na comunicação pública e no trabalho daRádio MECe daEBC. Esse prêmio é de todos nós”.
A premiação ocorreuna Sala Cecília Meireles, na Lapa, e foi transmitida ao vivo pelaRádio MEC AM800 quilohertz,Rádio MEC FMRio de Janeiro (99,3) eRádio MEC FMBrasília e Belo Horizonte (87,1), além do aplicativoRádios EBC.
A diretora de conteúdo e programação daEBC, Antonia Pellegrino, ressaltou que o prêmio contribui há muito tempo para a consolidação da música independente e instrumental brasileira, e por isso é aplaudido pelas pessoas que têm naRádio MECum espaço e também um farol que aponta a direção para onde caminha essa cena musical.
“É fundamental que a gente faça esse prêmio, faça na Sala Cecília Meireles, possa promover novos compositores e novas pessoas, e estimular essas pessoas para que continuem trabalhando e acreditando no que estão fazendo. É muito relevante o que a música brasileira produz há décadas, e é muito importante que a gente possa contribuir com essa produção artística tão plural e fenomenal”.
O gerente executivo de rádios daEBC, Thiago Regotto, afirmou que a abrangência do prêmio, do clássico ao popular, e do instrumental ao infantil, busca ir além dos rótulos do que significa a música brasileira. Com inscrições livres e votação popular, o prêmio também se propõe uma exaltação democrática da produção musical do país. Para o ano que vem, ele antecipa que os planos são de ampliar ainda mais as categorias.
“Queremos desenvolver no ano que vem um prêmio de rádio, para todo mundo que faz rádio. Não só o artista, mas também o radialista. E neste ano a gente escolheu homenagear os nossos, fazer homenagem para os nossos que estão vivos, presentes e representando o trabalho que fizeram pelaRádio MEC”.
A composiçãoNovos tempos, de Vitor Marques, foi a escolhida por 21 mil votantes como a melhor música clássica. Escrita durante a pandemia, a composição busca elementos de esperança e tem inspiração no compositor português Luís de Freitas Branco, conta Vitor, de 26 anos.
“Eu me inscrevi em 2021, me inscrevi em 2022e sempre acabava derrapando em algumas etapas. Neste ano, acho que foquei mais no processo, sem olhar tanto para o prêmio, e funcionou melhor. Fico muito feliz em receber esse prêmio”, festejou.
O prêmio do júri na categoria música clássica foi para a composiçãoEm um certo dia de junho, de Ivanov Basso; e para o intérprete Newton Schner Júnior, comPasseggiata di domenica.
Escolhida com quase 23 mil votos, a composiçãoMirante, de Roberto Barata, foi eleita a melhor música instrumental pelo público. Barata já gravou com artistas como Márcio Montarroyos, Zezé Motta, Leny Andrade, Os Cariocas, João Palma, entre outros..
A escolha do júri nessa categoria premiou a composiçãoArtemis, do saxofonista francês Jerome Charlemagne; e o Grupo Sextante, de Paraty, pela interpretação dessa mesma canção. A música foi inspirada nas cirandas da cidade do litoral sul fluminense e gravada em uma apresentação ao vivo.
Mais de 12 mil votos deram o prêmio de melhor canção infantil aA África de dentro da gente, que explora a herança africana do português falado no Brasil, com palavras importadas de diferentes idiomas do outro lado do Atlântico. A canção faz parte do repertório da Ossobanda e é assinada por Tereza Saci e Erickson Freitas.
A música também agradou ao júri, e tanto a composição quanto a interpretação da Ossobanda foram premiadas. Para Tereza Saci, fazer música para crianças é não menosprezar a inteligência delas.
“A criança é um ser íntegro, inteiro e ela traz pra gente tanta plenitude. Por que a gente vai devolver uma coisa menor do que ela nos dá? Não tem por que menosprezar. A gente acha que pra falar com criança tem que fazer vozinha, e criança não gosta de vozinha e barulhinhos quaisquer. Criança é inteligente e gosta de música boa”.
Na categoria Música Popular Brasileira, o público deu 17 mil votos e garantiu a vitória deCoisa Boa, de Luiza Pacheco, cantora da cidade de Cabo Frio. Sua performance ao lado do paulista Rafael Valverde também conquistou os jurados, que escolheram a interpretação a melhor da categoria.
Já o prêmio de melhor composição do júri foi paraLambe-Lambe, de Beto Márcio. Beto nasceu em Salvador, já deu aula de violão e crioujinglespublicitários e trilhas sonoras para o teatro.
Instituições parceiras daRádio MECao longo de sua história também foramhomenageadas durante a premiação: o Theatro Municipal, a Sala Cecília Meireles, a Sociedade Brasileira de Psicologia no Rio de Janeiro e a Fundação Nacional das Artes (Funarte).
A diretora do Theatro Municipal, Clara Paulino, representou a casa de espetáculos; o diretor da Sala Cecília Meireles, Aldo Mussi, recebeu a honraria representando a sala que sediou o evento e inúmeros concertos realizados pelaRádio MEC; a psicanalista Magda Costa subiu ao palco para a condecoração da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro, que produz o programaPerguntar e Pensarhá mais de dezanos naRádio MEC; e a diretora da Funarte, Eulícia Esteves, representou a instituição, promotora das mais variadas formas de expressão da cultura brasileira.
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